A taxa de desocupação subiu para 8,8% no primeiro trimestre frente ao trimestre anterior e essa expansão foi disseminada por 16 unidades da federação. Nos demais estados, a taxa ficou estável.
Ainda mais, na mesma comparação, a desocupação cresceu em todas as grandes regiões, com destaque para o Nordeste, onde a taxa aumentou 1,4 p.p. e chegou a 12,2%.
A saber, os dados são do resultado trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Taxa de desocupação
De acordo com a analista da pesquisa Alessandra Brito, no primeiro trimestre, o aumento da desocupação e a queda da ocupação, de forma simultânea, resultaram no crescimento da taxa de desocupação nas grandes regiões, assim como ocorreu no resultado nacional.
“Após um ano de 2022 de recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia, em 2023, parece que o movimento sazonal de aumento da desocupação no começo do ano está voltando ao padrão da série histórica”, explica a analista.
Historicamente, esse aumento ocorre nos primeiros meses do ano, refletindo, por exemplo, o desligamento de empregados temporários contratados no fim do ano anterior, e uma maior pressão sobre o mercado de trabalho no período.
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Distribuição
Cabe mencionar que no primeiro trimestre do ano, o Nordeste segue com a maior taxa de desocupação entre as regiões, enquanto o Sul (5,0%) tem a menor.
Aliás, das dez unidades da federação com os maiores percentuais, sete são estados nordestinos. Entre eles, destacam-se Bahia (14,4%) e Pernambuco (14,1%), com as maiores taxas do país.
Para a analista da pesquisa, essa diferença entre os estados é ligada à informalidade.
“Bahia e Pernambuco, bem como a região Nordeste como um todo, têm um peso maior de trabalho informal (emprego sem carteira e conta própria sem CNPJ), o que torna a inserção no mercado de trabalho mais volátil, podendo gerar pressão de procura por trabalho, o que se reflete numa maior taxa de desocupação, se comparado à taxa para o Brasil”, diz Brito.
Por outro lado, as menores taxas de desocupação foram registradas por Rondônia (3,2%), Santa Catarina (3,8%) e Mato Grosso (4,5%).
Além disso, todos os estados do Norte e do Nordeste registraram taxas de informalidade maiores que a média nacional (39,0%). Os maiores percentuais entre eles foram registrados por Pará (59,6%), Amazonas (57,2%) e Maranhão (56,5%).
Brito explica que o trabalho informal traz menos garantias relativas aos direitos trabalhistas, além de ser menos estável.
“Esse tipo de inserção torna o trabalhador mais suscetível à instabilidade no mercado de trabalho, sobretudo em momentos de crise, como foi a pandemia. Regiões onde o trabalho informal tem mais peso tendem a apresentar taxas de desocupação mais altas, por exemplo”.
A saber, as menores taxas de informalidade foram registradas por Santa Catarina (26,1%), Distrito Federal (30,3%) e São Paulo (30,6%).
No país, o número de desocupação chegou a 97,8 milhões de pessoas no primeiro trimestre, queda de 1,6% em relação ao quarto trimestre de 2022, o que representa menos 1,5 milhão de pessoas no mercado de trabalho.
Esse contingente era composto por 68,5% de empregados, 4,3% de empregadores, 25,8% de pessoas que trabalharam por conta própria e 1,5% de trabalhadores familiares auxiliares.
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Desocupação é maior entre mulheres, pretos, pardos e pessoas com ensino médio incompleto
Por fim, a pesquisa também aponta que as taxas de desocupação seguem maiores para mulheres, pessoas pretas e pardas e aquelas com o ensino médio incompleto.
Todos esses grupos ficaram acima da média nacional (8,8%).
No primeiro trimestre, essa taxa foi estimada em 7,2% para homens, enquanto era de 10,8% para as mulheres. A diferença se mantém em todas as regiões do país.
Fonte: IBGE
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