A cada dia, as pesquisas sobre tratamentos com células-tronco vêm crescendo no país. Desta vez, pesquisadores do Centro de Terapia Celular (CTC) da Universidade de São Paulo (USP) se profundaram no tratamento da escleroso sistêmica.
Para tratar essa doença reumática autoimune, rara e agressiva, os pesquisadores realizaram uma espécie de transplante de células-tronco hematopoiéticas.
Estas células são capazes de se diferenciar em células especializadas do sangue e do sistema imune.
De acordo com os estudos, o transplante não só garantiu a melhora dos pacientes com esclerose sistêmica como também abriu caminhos para novas opções de tratamento no futuro.
Visto que a esclerose traz lesões irreversíveis, através do transplante é possível melhorar a qualidade de vida desse paciente, inclusive sua longevidade.
No Centro de Terapia Celular, os pacientes transplantados apresentaram melhora na pele, ganho funcional e parte respiratória.
Vale lembrar que este tipo de transplante não precisa de doador, pois é feito de forma autóloga, ou seja são usadas as células troncos saudáveis do próprio paciente.
Devido o tratamento ainda ser genérico e um tanto agressivo, nem todos portadores de esclerose sistêmica podem ser submetidos a ele. Pessoas com grau leve ou em estado muito grave não são indicadas para o transplante visto o seu risco.
Além disso, os resultados podem levar de em torno de dois anos e meio ou três anos para serem notados, já que o sistema imune demora um tempo para se reconstituir completamente.
Sobre a Esclerose Sistêmica
A Esclerose Sistêmica compromete o paciente funcionalmente pela substituição de tecido normal por tecido cicatricial, inclusive sua forma mais grave pode elevar o risco de mortalidade em 30 a 50% dos casos em cinco anos.
Caracterizada pelas alterações degenerativas e formação de cicatrizes que traz à pele assim como nas articulações e órgãos internos, além de outra anormalidades dos vasos sanguíneos, a esclerose sistêmica ainda não possui uma causa definida.
Uma em cada 20 mil pessoas são afetadas pela condição, que acaba sendo mais frequente em mulheres.
A doença que é extremamente debilitante e pode trazer como consequência o engrossamento da pele do rosto e das mãos como também paralisar órgãos internos como esôfago, estômago, intestino, rins, pulmões e coração.
Dentre os principais sintoma da doença, os especialistas alertam para:
- Dor nas articulações
- Dificuldade para andar
- Falta de ar
- Queda de cabelo
- Diarreia ou prisão de ventre
- Dificuldade para engolir
- Barriga inchada após as refeições
- Perda de cor na ponta dos dedos
Além do transplante de células-troncos, a esclerose sistêmica também pode ser tratada com corticoides, Imunossupressores e Anti-inflamatórios.
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