A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) publicou um parecer nesta terça-feira (02) dizendo que não julga necessária a transferência do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres para um hospital penitenciário.
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O parecer foi uma resposta a Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). No documento, a corporação relatou que o Batalhão de Aviação Operacional, local onde o ex-ministro se encontra desde fevereiro, tem um atendimento adequado – a entidade ressaltou, todavia, que Anderson Torres precisa de acompanhamento frequente e que o local não é adequado para uma pessoa com tendência ao suicídio.
“Uma vez que se perceba alguma intenção para o autoextermínio, o local realmente não será adequado, pois há muita privacidade, principalmente durante a noite, e múltiplos objetos dos cômodos em que se encontra podem ser usados como esse objetivo”, diz a corporação.
Ainda no documento, a Polícia Militar detalha que o batalhão não possui equipe médica própria em suas instalações para um eventual pronto-atendimento e, que, as assistências médicas acontecem conforme são solicitadas antecipadamente por Torres.
Essas e outras informações fazem parte de um questionamento feito por Alexandre de Moraes, que determinou que o secretário de Administração Penitenciária do Distrito Federal, Wenderson Souza e Teles, informasse se o local onde Anderson Torres se encontra detido tem condições para garantir sua saúde.
O secretário enviou o pedido para a PMDF, pois Anderson Torres está uma instalação da academia em Brasília. Isso, desde o dia 14 de fevereiro, quando, assim como publicou o Brasil123, o ex-ministro foi detido acusado de ser conivente e omisso durante ataques às sedes dos Três Poderes – Congresso, do STF e ao Palácio do Planalto – no dia 08 de janeiro deste ano.
Nos últimos dias, a defesa de Anderson Torres tem dito que a saúde do ex-ministro está prejudicada e, por isso, seria necessário a revogação da prisão preventiva do acusado. Nesta terça, os advogados do ex-ministro recorreram da decisão de Alexandre de Moraes, que negou o pedido de soltura. Com isso, o tema será discutido pelo plenário do STF, que vai decidir se mantém a prisão ou autorize a prisão domiciliar de Torres, ou determine medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica.
Segundo a defesa de Anderson Torres, houve uma “drástica piora do estado psíquico” do ex-ministro. Não suficiente, os advogados do acusado dizem que existe a necessidade de ajuste de medicação e risco de suicídio – os defensores também alegam que Anderson Torres não oferece riscos à investigação e que não há nenhum fato novo que justifique a sua continuidade na prisão.
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