O Hospital da Restauração (HR), localizado na área central do Recife, no Pernambuco, anunciou que a transexual Roberta da Silva, a mulher que teve 40% do corpo queimado por um adolescente, no Centro da cidade, no dia 24 de junho, morreu na manhã desta sexta-feira (09). De acordo com a assessoria de comunicação da unidade de saúde, a vítima veio a óbito por conta de uma falência respiratória e renal.
Em nota, o hospital revelou que o quadro de saúde de Roberta, de 32 anos, se agravou nas últimas horas, tendo a equipe médica da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) realizado uma hemodiálise, procedimento que não surtiu efeitos. Antes de morrer, a transexual ainda teve um braço completamente amputado e parte do outro arrancado por conta da gravidade de seus ferimentos.
O ataque à Roberta
O triste episódio que envolveu Roberta aconteceu enquanto ela, que morava nas ruas do Centro do Recife, dormia perto do Terminal de Ônibus do Cais de Santa Rita, revelou a própria vítima aos médicos. De acordo com ela, um adolescente teria jogado álcool e ateado fogo nela. Logo após o crime, o jovem, que não teve seu nome e idade revelados, foi apreendido em flagrante.
Em entrevista ao portal “G1”, uma mulher que se identificou como irmã de Roberta afirmou que a família não iria se manifestar sobre a morte por enquanto. Todavia, outras pessoas, como prefeito do Recife, João Campos (PSB), a codeputada estadual do mandato coletivo Juntas Robeyoncé Lima (PSOL), a vereadora Liana Cirne (PT), entre outros, lamentaram a morte da transexual.
“É intolerável qualquer vida perdida para o ódio e para o preconceito”, declarou o prefeito da cidade, que também afirmou que seu governo pretende dar o nome de Roberta à Casa de Acolhida LGBTI+. “Vamos avançar com novas ações para ampliar o atendimento a esta população”, escreveu.
Violência contra público LGBTI+
Conforme dados da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS), até maio de 2021, 13 pessoas da população LGBTQIA+ foram vítimas de Crime Violento Letal Intencional (CVLI) no estado, o que corresponde a 0,9% dos 1.429 registros desse tipo de ação criminosa nos cinco primeiros meses deste ano.
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