O modelo de trabalho remoto no Brasil foi muito adotado logo em 2020, com o início da pandemia do coronavírus e como uma forma de driblar os prejuízos causados por ela. No entanto, a modalidade se mostrou constante e que “veio para ficar”.
O trabalho remoto proporcionou maior comodidade aos trabalhadores, que passaram mais tempo em suas casas, dividindo o tempo com a família, e antes era desperdiçado com transportes para chegar ao local de suas atividades laborais.
No entanto, pesquisas apontam que o trabalho remoto pode ser prejudicial à saúde mental do trabalhador.
“O novo futuro do trabalho”: O que mostra a pesquisa?
O relatório publicado pela Microsoft em 2022, intitulado de New Future of Work, que em português significa “O Novo Futuro do Trabalho”, indicou que o trabalho remoto, mesmo sendo capaz de aumentar a satisfação profissional, proporcionou aos funcionários os sentimentos de isolamento social e culpa.
Todavia, os efeitos negativos demonstrados pelos estudos apresenta ser uma surpresa para alguns profissionais que antes viam, no modelo de trabalho, uma certa perfeição. Porém, atualmente esses profissionais estão percebendo a pressão que o trabalho remoto causa para a saúde mental.
Aumento acelerado da crise de saúde mental
De acordo com o portal de notícias G1, estudos apontam que os trabalhadores remotos executam mais tempo suas atividades. Além disso, 80% dos profissionais britânicos afirmaram sentir que trabalhar de casa trouxe um prejuízo a sua saúde mental.
Em nota ao G1, a cientista dos ambientes de trabalho Nicola Hemming, da empresa americana Koa Health, informou que a pandemia do coronavírus foi responsável pelo aumento acelerado da crise de saúde mental em todo o mundo. Dessa forma, os trabalhadores que adotaram o modelo de trabalho remoto também se tornaram sujeitos às mudanças na saúde.
Para a cientista, pequenos gestos na rotina do trabalho em escritório como tomar café com um grupo de pessoas, conversar nos corredores, cumprimentar e trocar informações sobre o fim de semana deixaram de acontecer com o trabalho remoto. Portanto, a ausência desses pequenos gestos podem gerar grande impacto no nosso bem-estar.
Um outro levantamento (cujo nome não foi revelado pelo portal do G1) mostrou que 81% dos trabalhadores remotos, com menos de 35 anos, se sentiam solitários trabalhando sozinhos em casa. Também foi possível notar que entre os jovens profissionais, o trabalho remoto proporcionou maiores níveis de estresse e ansiedade.
Para Hemming, esses dados se dão pela entrada recente dos jovens (millennials e da geração Z) no mercado de trabalho ou, também, pela falta de um trabalho calmo e exclusivo, podendo gerar prejuízos à saúde mental do trabalhador.
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