Adaptar-se ao novo cenário foi a forma que as empresas buscaram para manter as atividades, tentando minimizar os problemas na demanda. Porém, esse modelo de trabalho traz consequências positivas e negativas para o profissional.
De acordo com a pesquisa encomendada pela Microsoft Brasil e desenvolvida pela agência de comunicação Edelman, 7 a cada 10 trabalhadores de pequenas e médias empresas (PMEs) preferem voltar ao trabalho nos modelos 100% presencial ou híbrido, respectivamente. Os dados são do estudo “Impacto da Covid-19 na cultura e operação das PMEs Brasileiras”.
Ainda segundo o estudo, o modelo híbrido tem sido mais requisitado em empresas de maior porte, sendo que de 100 a 149 trabalhadores, 47% preferem o modelo. Nas empresas de 200 a 249 trabalhadores, a preferência é de 44%.
Home office ou híbrido, saiba as diferenças
Com a mudança drástica no modo de vida da pandemia da Covid-19, muitos trabalhos foram suspensos. O retorno das atividades foi facilitado com o modelo home office, na qual os profissionais trabalham a distância, utilizando equipamentos eletrônicos e tecnológicos para suprirem as demandas laborais.
A forma híbrida associa parte da rotina de trabalho presencial, nas empresas e escritórios, ao modelo remoto, em casa. É caracterizado pelo dinamismo da autonomia dos trabalhadores em escolher o local para realizar suas tarefas.
Consequências dos novos modelos de trabalho
Em suma, a pesquisa da Microsoft Brasil mostra que, apesar dos obstáculos, a maioria dos profissionais entrevistados acreditam que a produtividade aumentou com os modelos home office e híbrido.
Porém, houve alguns obstáculos, como a infraestrutura tecnológica em casa e a conexão à internet. Mas o fator preocupante está relacionado à saúde mental dos profissionais que trabalham a distância.
De acordo com a pesquisa feita pela empresa suíça LHH, do Grupo Adecco, atuante em 60 países, 38% das pessoas ouvidas relataram ter sofrido da Síndrome de Burnout. Já 32% dos entrevistados relataram que a saúde mental piorou, notavelmente, em decorrência das novas modalidades de trabalho.
A pesquisa também aponta que os grupos mais afetados pela Síndrome de Burnout são os mais jovens. A Geração Z (nascidos de 1995 a início de 2010), em ocupações de lideranças, representa um total de 45% de jovens afetados pela doença, em consequência do trabalho remoto e/ou híbrido.
O percentual de casos dos outros grupos seguem:
- Geração Y, nascidos entre 1983 e 1999, 42% sentiram-se afetados;
- Geração X, provenientes dos anos 1961 a 1982, tem o índice de 35% de casos;
- Baby Boomers, nascidos de 1945 a 1960, representam 27% de ocorrências.
Em entrevista para a CNN Brasil, o médico especialista em gestão estratégica de pessoas, Roberto Aylmer, conta que, mesmo com o fim da pandemia da Covid-19, os profissionais que adotaram os novos modelos de trabalho ainda poderão apresentar estresse, transtorno obsessivo compulsivo, depressão e ansiedade, entre outros. Isso porque eles passaram a administrar questões de trabalho e família em um mesmo ambiente.
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