A infertilidade é uma realidade que atinge cerca de 50 a 80 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Só no Brasil, esse índice chega a quase 8 milhões.
A cada ano, estas taxas parecem aumentar, afinal, é muito comum conhecer casais que enfrentam dificuldades para conceber um filho de forma natural.
Apesar de existir inúmeros fatores, que levam a essa condição, entre doenças no sistema reprodutivo feminino, masculino, idade avançada, infecções, entre outras, vale ressaltar que um estudo recente apontou outra interferência ligada à saúde reprodutiva, desta vez nos homens.
Estudo da infertilidade masculina
De acordo com estudos feitos nos Estados Unidos da América (EUA) entre os anos de 1973 a 2019, a taxa de produção e qualidade dos espermatozoides baixou significativamente.
Na última contagem feita em 2019 foi constatada a redução de aproximadamente 10% dos anos anteriores.
Além de essa baixa estar associada ao novo estilo de vida, que inclui o aumento da obesidade, desequilíbrios hormonais, doenças genéticas, sedentarismo, alto consumo de álcool, entre outras motivações; os pesquisadores acreditam que a exposição tóxica ao Meio Ambiente também pode alterar o equilíbrio hormonal e prejudicar a reprodução.
Visto que, os pesquisadores não podem expor pacientes humanos a compostos prejudiciais e medir os resultados; para chegar nesse consenso, às experiências do mundo animal foram associadas.
Isso porque, já foi confirmado que animais expostos às toxinas ambientais acabaram sofrendo com a baixa reprodução, chegando até a períodos de extinção.
Apesar de ainda não haver indícios confirmados de quais sejam esses elementos tóxicos que possam estar interferindo na fertilidade masculina, muitas dessas pesquisas se concentram em desreguladores endócrinos, que podem estar presentes em substâncias como ftalatos, entre eles pesticidas, herbicidas, metais pesados, gases tóxicos e outros materiais sintéticos.
O que fazer?
Mudar alguns hábitos do dia a dia pode até ser uma estratégia razoável para reduzir o contato com essas substâncias tóxicas, como por exemplo, o uso de plástico, dentre garrafas e recipientes de comida, entretanto, há outros elementos que acabam sendo expostos de forma indireta ou até mesmo imperceptível.
Os alimentos são exemplos disso, afinal, muitos contêm Herbicidas e pesticidas de forma abundante.
Tem também a poluição do ar, onde o indivíduo se sujeita as partículas de dióxido de enxofre, óxido de nitrogênio e outros compostos, diariamente. Sem contar a exposição à radiação de laptops, celulares e modems, que também interfere no comprometimento da motilidade espermática e formato anormal dos espermatozoides.
Diante disto fica claro, que apenas políticas públicas de segurança e redução aos impactos ambientais poderiam fazer diferença, além de garantir mais prevenção , não só a saúde reprodutiva, como também, de todo o organismo. Fica o alerta para que cada indivíduo atue cobrando cada vez mais seus direitos.
Veja também: Poluição sonora pode ocasionar problemas cardiovasculares