Nesta quarta-feira (15), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, afirmou que a morte de Genivaldo de Jesus Santos é um fato grave, no entanto, isolado. A declaração foi realizada em audiência na Comissão de Direitos Humanos e Minorias, ao qual o ministro foi convidado para responder questões relacionadas à morte de Genivaldo na cidade de Umbaúba, no Sergipe.
“Tenho toda a certeza que esse ato foi um ato isolado, não condiz com a realidade da Polícia Rodoviária Federal e estamos diante, hoje, com toda certeza, de uma das melhores instituições do mundo, a PRF. Os números são impressionantes, têm ajudado muito na diminuição dos crimes e ajudado muito a sociedade brasileira a ter dias um pouco melhores diante do problema grave de segurança pública que o país vive”, afirmou Torres.
Durante a audiência, ele afirmou também que os policiais envolvidos foram afastados da PRF. “Os policiais envolvidos foram afastados e tudo que cabia do ponto de vista legal, tudo que está previsto na legislação brasileira diante de um caso como esse, foi feito. Um caso grave, lamentável, mas, da nossa parte, tudo o que podia ser feito foi feito”.
Durante a audiência, o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, também comentou sobre o caso do ex-agente, Ronaldo Bandeira. Um vídeo em que o ex-agente ministra uma aula para o curso preparatório Alfacom ensinava os alunos técnicas de tortura iguais às utilizadas no assassinato de Genivaldo, viralizou na internet.
Vasques, pontuou dizendo que esse tipo de procedimento não é ensinado pela corporação. “O que aconteceu em Sergipe nunca foi ensinado em nenhuma escola da Polícia Rodoviária Federal, na nossa universidade. Em nenhum curso da instituição ocorreu algum tipo de orientação para aquele procedimento e a instituição entende que aquele fato é grave e vai trabalhar para a devida apuração”, declarou Vasques.
Torres foi questionado sobre motociata nos Estados Unidos
Paulo Teixeira, deputado do PT, questionou Anderson Torres por ter acompanhado Bolsonaro na motociata organizada em Los Angeles, Estados Unidos. O evento também contou com a participação do blogueiro bolsonarista, Allan dos Santos, que está foragido após o ministro do STF, Alexandre de Moraes, ter determinado sua prisão pela divulgação de notícias falsas.
“É lícito o ministro da justiça conviver com foragidos da Justiça do seu país?”, questionou Paulo Teixeira. De acordo com o ministro, ele não se encontrou com Allan dos Santos e descobriu sua presença no evento por meio da imprensa. O ministro Torres minimizou a questão, dizendo que o blogueira, embora foragido no Brasil, não possui a ordem reconhecida pela Interpol.
O deputado Túlio Gadelha (Rede-PE) também questionou sobre o motivo de Bolsonaro não ser autuado por utilizar capacete nas motociatas em que participa”. De acordo com Torres, a segurança do presidente e a forma que ele participa dos eventos, não possuem relação com a PRF.
“Existem leis específicas que regulamentam a segurança do presidente da república. E essas leis remetem a segurança à Presidência da República. Então, não cabe a mim, não cabe à Polícia Rodoviária Federal. Não é prevaricação. É uma lei específica sobre a segurança e a participação do presidente em eventos públicos, privados, em qualquer tipo de evento. Não é atribuição da Polícia Rodoviária Federal dizer ao presidente como ele vai e de que forma ele vai ou não vai”, disse Anderson Torres.