Agora senador, o ex-vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos) comentou pela primeira vez sobre o caso das joias sauditas trazidas ilegalmente para o Brasil pela gestão do até então chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PT). Em entrevista ao canal “CNN Brasil” na noite desta quinta-feira (09), Mourão, além de dizer que “todos estão lavando as mãos” ao referir aos escândalos que surgem sobre a gestão passada, disse que aguarda que o episódio dos presentes da Arábia Saudita seja esclarecido.
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“Não disponho de elementos concretos para emitir uma opinião clara. Aguardo que tudo seja esclarecido”, começou ele, emendando que “todos estão lavando as mãos”. Nos últimos dias, segundo a “CNN Brasil”, aliados de Bolsonaro tem responsabilizado o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque por não ter registrado os supostos presentes junto à Receita Federal.
O ex-chefe de Minas e Energia seria ouvido pela Polícia Federal (PF) nesta quinta, mas seu depoimento foi adiado para a semana que vem após sua defesa pedir acesso a detalhes da investigação. Nesta semana, Bolsonaro, durante uma videoconferência, comentou o caso e disse estar sendo “sendo acusado de um presente” que não pediu e não recebeu.
Todavia, uma matéria do jornal “O Estado de S. Paulo” publicou que a administração do ex-presidente fez uma ofensiva para liberar o pacote de joias retido com a Receita Federal. Segundo o jornal, Mario Cid, que é ex-ajudante de ordens da Presidência da República, chegou até menso a participar do processo. No entanto, o segundo pacote não foi localizado pela Receita Federal, sendo então incorporado pelo ex-presidente ao seu acervo pessoal.
Bolsonaro pode ter que devolver as joias
Assim como publicou o Brasil123, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu nesta quinta-feira (09) que Bolsonaro não poderá usar e nem vender as joias que recebeu da Arábia Saudita. Além disso, hoje, o TCU também estuda pedir para que Bolsonaro devolva esses itens de luxo supostamente dados de presente ao ex-chefe do Executivo.
Conforme as informações, caso seja feita, essa solicitação terá como base uma decisão do próprio órgão que, em 2016, firmou o entendimento de que os bens presentados por outros governos não são itens “personalíssimos” e que, por isso, devem ficar sob a posse do Estado brasileiro em caso de recebimento.
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