Os títulos do Tesouro Direto encerraram o quarto mês consecutivo no vermelho. A saber, a maior parte dos títulos oferecidos tombou em setembro. E isso aconteceu devido a diversos fatores, que fizeram poucos papéis terem alta no mês.
Em resumo, o Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros do país, a Selic, no final de outubro. Essa é a sexta alta apenas em 2021, e isso também aumenta a remuneração oferecida pelos papéis do Tesouro. Esse cenário indica oportunidades para quem está pensando em adquirir títulos públicos, segundo analistas.
No entanto, a situação não é tão favorável para quem já possuía títutlos na carteira. Em suma, há um processo de marcação de mercado que faz os papéis em circulação desvalorizarem quando os juros sobem. E os investidores devem ter sofrido ao conferir o saldo dos investimentos no mês.
A propósito, os títulos públicos atrelados à inflação despencaram ainda mais que a renda variável. O valor do Tesouro IPCA+ com vencimento para 2045 afundou 16,42% em outubro. Para se ter uma ideia, estes papéis caíram bem mais que o Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa Brasileira, que tombou 6,74% no mês.
Em síntese, os títulos do Tesouro Direto atrelados à inflação oferem aos investidores a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial do país. Ao mesmo tempo, também há o acréscimo de uma taxa estabelecida no momento da compra dos títulos. Aliás, no último dia 29, a taxa estava em 5,54% ao ano.
Expectativas para o futuro
De acordo com especialistas, as expectativas em relação aos próximos meses são positivas. Vale destacar que a inflação no país está bastante elevada e deve ficar ainda mais alta. A saber, o BC tinha afirmado que pretendia elevar a Selic em 1,0 ponto percentual a cada reunião, mas a situação do país está tão complicada que a última alta foi de 1,5 ponto percentual.
Em síntese, o mercado teme o agravamento do risco fiscal do país, que será impulsionado com o aumento do valor pago pelo novo Bolsa Família, o Auxílio Brasil. Aliás, os títulos do Tesouro Direto sofreram em outubro com a aumento da volatilidade do mercado e as interrupções nas negociações. Isso sem citar as declarações polêmicas vindas de aliados do governo federal.
Embora todo o futuro se mostre incerto e preocupante, o cenário ainda é de oportunidades para quem quiser adquirir títulos públicos. Isso porque o prêmio na curva de juros ainda está elevado, em especial os intermediários. Em síntese, estes títulos consideram justamente a variação da Selic, que só faz crescer.
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