Os títulos do Tesouro Direto encerraram dezembro com ganhos, após consecutivos resultados negativos. A saber, a maior parte dos títulos oferecidos avançou no último mês do ano, minimizando as perdas acumuladas em 2021.
No mês, os títulos acabaram beneficiados pela melhora das expectativas com o risco fiscal do país. Não que a percepção para o futuro tenha melhorado consideravelmente, mas os riscos mais intensos ficaram para trás com a aprovação da PEC dos Precatórios.
Ao mesmo tempo, a redução da agitação política do país também deixou os investidores menos preocupados. No entanto, os especialistas afirmam que o cenário para 2022 não é dos melhores. Por isso, alertam que o mais prudente é manter a cautela em relação aos títulos.
Aliás, a prudência é recomendada devido à expectativa de aumento dos juros no Brasil. Em resumo, o Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros do país, a Selic, sete vezes apenas em 2021. A propósito, isso aumenta as taxas praticadas nos títulos. Assim, os investidores podem pegar taxas menos atrativas com juros mais elevados.
Veja o desempenho dos títulos em dezembro
De acordo com o Tesouro, o título Tesouro Prefixado com vencimento em 2026 teve o melhor desempenho em dezembro, com uma valorização de 5,21%. O papel tem uma aplicação mínima de R$ 33,50 e oferecia um retorno de 10,54% no penúltimo dia de dezembro. Essa taxa superou em muito o retorno registrado em novembro (+1,87%).
Por outro lado, os títulos do Tesouro Direto que tiveram as maiores perdas de rentabilidade em dezembro foram os do Tesouro IPCA+, que caíram 1,32% no mês. Em suma, estes títulos são atrelados à inflação e oferecem aos investidores a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial do país.
Ao mesmo tempo, também há o acréscimo de uma taxa estabelecida no momento da compra dos títulos, que estava em 5,22% ao ano no penúltimo dia do ano.
Expectativas para o futuro
Em relação ao futuro, a expectativa não é muito positiva. A calma vista em dezembro não deve se repetir em janeiro, visto que há muitas pautas que devem agitar o mercado no primeiro mês de 2022. A começar pelas questões fiscais que estão em tramitação no Congresso Nacional.
Além disso, o cenário também pode ficar mais incerto com a próxima reunião do Copom, marcada para fevereiro. Em síntese, o mercado acredita que o comitê elevará pela oitava vez seguida a Selic, mesmo que de maneira menos intensa que as últimas elevações.
Por fim, ainda há a variante Ômicron, que segue elevando expressivamente os casos ao redor do mundo. Por enquanto, alguns estudos iniciais indicam que a cepa é menos letal que as outras variantes, mas os especialistas ainda precisam de mais dados para confirmarem essa informação. E 2022 é ano de eleição presidencial, ou seja, o país promete pegar fogo neste ano.
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