Passados seis meses da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), existe um sentimento mais otimista por parte de investidores internacionais com o país. Isso quem afirma é um artigo da revista britânica “The Economist”, que destaca que o terceiro mandato do petista superou desconfianças de que o governo pudesse trilhar um caminho de recessão provocada por desajuste fiscal, como a última passagem da legenda pelo poder, quando Dilma Rousseff (PT) era chefe do Executivo.
No artigo, além de ser dado destaque de que a economia global reúne circunstâncias favoráveis ao Brasil, também se menciona as medidas de ajuste promovidas pelo governo e o papel considerado “eficiente” de Fernando Haddad, ministro da Fazenda”. “Muitos economistas creditam a Fernando Haddad, o ministro da Fazenda, grande parte do otimismo. Ele está por trás das duas grandes reformas que poderiam colocar o Brasil em uma base mais estável”, diz a revista.
Na publicação, cita-se em específico a reforma tributária e o arcabouço fiscal, ambas medidas que hoje estão em tramitação no Congresso e contam com grandes chances de serem aprovadas ainda neste ano. De acordo com a revista, até mesmo os mais “céticos pensam que a dívida acabará ficando sob controle”.
“No entanto, o otimismo deve ser moderado. Para começar, o sucesso da reforma tributária e do quadro fiscal não está garantido. Os detalhes da reforma tributária ainda não foram definidos. Ou seja, ainda não está claro qual será a nova alíquota do IVA, nem quantos setores terão alíquota reduzida ou isenção dela”, diz a publicação.
Em outro momento, todavia, o “The Economist” ressalta que a gestão Lula aumentou os gastos públicos em seus primeiros 100 dias ao reajustar políticas sociais, uma promessa de campanha. Além disso, a publicação se diz preocupada com o “patrocínio” do petista a um subsídio aos fabricantes de carros, caminhões e ônibus, com o programa de descontos do carro zero.
“A história adverte contra o excesso de entusiasmo. O Brasil tem um enorme potencial, mas tem consistentemente ficado abaixo do esperado”, diz o texto, que ainda diz que “o cenário global e as proezas de Haddad estão aumentando o otimismo dos investidores agora. Mas será necessária uma boa política consistente para reverter a tendência de longo prazo do Brasil”.
Por fim, a revista relata que o Brasil, além dos projetos internos, deve se beneficiar por fatores externos também, como o aumento na exportação de grãos e também pelo seu potencial de produção de energia limpa e a possibilidade de desfecho de um acordo de anos com a União Europeia.
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