Um projeto que prevê a liberação de R$ 63 milhões para a Comissão Nacional de Energia Nuclear visando a produção e o fornecimento de radiofármacos, medicamentos utilizados no tratamento de câncer, foi aprovado no Congresso Nacional na noite de quinta-feira (07).
No mês passado, o Instituto Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), órgão que pertence ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do governo federal, anunciou que havia paralisado a produção de radiofármacos e também radioisótopos. O motivo: por falta de verbas.
Segundo o órgão, essa suspensão aconteceu porque o governo federal promoveu um corte no orçamento destinado ao instituto. Nesse sentido, informou na ocasião o Ipen, seria necessário uma quantia de R$ 89,7 milhões para que a produção pudesse continuar.
Hoje, conforme aponta a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), o Ipen é responsável por fornecer 85% dos radiofármacos e radioisótopos usados no Brasil e, com a suspensão, cerca de dois milhões de pessoas ficaram sem os medicamentos.
Projeto aprovado por deputados e senadores
A votação do texto aconteceu em duas sessões. Na primeira, votaram e aprovaram o projeto os deputados. Depois disso, foi a vez dos senadores, que também sinalizaram positivo para o documento. A proposta vai à sanção ou veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Durante a sessão de votação, Carmen Zanotto (Cidadania-SC), deputada federal, lamentou que não será possível “recuperar o tempo perdido” dos pacientes que precisaram suspender seus tratamentos de câncer.
“Quero lamentar, em nome de todos os brasileiros e brasileiras que não puderam fazer o tratamento de seus familiares, a tristeza que viveram pela falta do tratamento. Que isso não venha mais a acontecer, não por falta de orçamento. E quero pedir ao governo que não deixe mais episódios como esse acontecerem”, disse.
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