Nesta quinta, 19 de agosto, o laboratório norte-americano Moderna iniciou os testes da vacina contra o vírus HIV.
A vacina conta com a mesma tecnologia do imunizante contra a Covid-19 da farmacêutica, visto que usa o RNA mensageiro (mRna).
Durante o teste, 56 pessoas que têm entre 18 e 50 anos e que não são portadoras do vírus serão imunizadas, a fim de que seja verificada sua resposta imune e a segurança da aplicação.
Ainda segundo o laboratório, esta fase de testes levará cerca de 10 meses.
Mais sobre a tecnologia RNA
Na tecnologia RNA, também usada na fabricação na vacina contra a Covid-19 pela Moderna, O RNA mensageiro ensina as células do corpo a produzir o antígeno contra o vírus.
Este tipo de tecnologia vem sendo estudada desde 1990 e após a pandemia recebeu investimentos bilionários, o que garantiu a rápida elaboração das vacinas contra o coronavírus.
Diante deste incentivo a impulsionado pela pandemia, o laboratório colocou os estudos contra o HIV em evidência novamente.
Tratamento contra o HIV
Enquanto os testes da vacina não são concluídos, o público infectado pelo vírus HIV tem como alternativa para tratamento medicamentos que contêm a proliferação do vírus, que pode acabar progredindo para a AIDS.
Um estudo recente que envolve pesquisadores brasileiros da Universidade Federal de São Carlos e também da Universidade do Minho de Portugal revelou que alguns pacientes HIV positivos tiveram uma mutação na sequência genética chamada K65R.
Esta mutação gera como resultado uma resistência a um dos medicamentos usados no tratamento antirretroviral no país, o Tenofovir (TDF).
Além disso, o estudo mostrou maior carga viral nas pessoas em que a mutação foi encontrada. Diante disto, fica claro a urgência de reaver os tipos de tratamento contra a infecção.
Ainda de acordo com os pesquisadores, essa resistência pode estar associada aos casos de falência terapêutica, onde o aumento dos números de novas infecções e mortes relacionadas ao vírus HIV vem crescendo no Brasil, enquanto há queda no mundo.
Só em 2019 foram diagnosticadas 48 mil novas infecções e 14 mil mortes no país.
Outras mutações genéticas do vírus
A demora no desenvolvimento da vacina contra o HIV também está relacionada às inúmeras mutações do vírus. Isso porque o vírus acaba escapando do sistema imunológico de forma diferente através de distintas mutações.
Essas mutações dependem da genética dominante de cada local do planeta.
A variabilidade do HIV está em torno de 6% em um mesmo indivíduo podendo chegar a 50% entre pessoas de regiões geográficas diferentes, o que faz O HIV ser considerado uma subpopulação de vírus e não um genoma único.
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