Números revelados nesta segunda-feira (29) pela Secretaria do Tesouro Nacional mostram que a dívida pública brasileira cresceu 2,38% em abril deste ano, chegando a R$ 6,03 trilhões – o número é maior do que o endividamento calculado em março: R$ 5,892 trilhões.
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De acordo com a pasta, a dívida pública federal é a contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo, isto é, para pagar as despesas do governo acima da arrecadação com impostos e contribuições.
“Os valores incluem o endividamento no Brasil e no exterior. Porém, a maior parte da dívida brasileira é interna”, explica a secretaria, informando ainda que o aumento de R$ 140,12 bilhões do estoque da dívida em abril em relação a março deste ano aconteceu devido:
- À emissão líquida (emissão superando os resgates) de R$ 92,30 bilhões em títulos da dívida do governo federal, a maior desde junho de 2021;
- E à apropriação positiva de juros (incorporação das taxas que corrigem os juros da dívida pública), no valor de R$ 48,15 bilhões.
Ainda conforme a pasta, o custo médio da dívida pública federal acumulado em 12 meses caiu de 11,10%, registrado em março, para 10,68% ao ano em abril. Na nota, Luis Felipe Vital, coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, explica que a queda no custo da dívida é resultado de uma inflação acumulada menor.
“A queda se deu em função do menor efeito da inflação no estoque, a inflação acumulada em 12 meses, a gente está com base menor de inflação, que acaba puxando para baixo dados do estoque”, explicou ele, relatando ainda que a reserva de liquidez da dívida pública aumentou 8,19% em abril, passando de R$ 973,56 bilhões, registrados em março, para R$ 1.053,32 bilhões.
“A reserva de liquidez, também chamada de “colchão de liquidez”, é o nome dado ao valor em caixa destinado ao pagamento da dívida e aos recursos provenientes da emissão de títulos. Sua principal função é dar flexibilidade à gestão da dívida pública”, disse o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional.
Não suficiente, Luis Felipe Vital também relatou que o nível atual de reserva garante pagamento dos próximos oito meses e meio de vencimentos da dívida. Nesse sentido, ele explica que o Tesouro continua com a estratégia de manutenção de um nível confortável do colchão de liquidez, mas disse que será natural que o número varie nos próximos meses, principalmente em setembro, quando R$ 300 bilhões em títulos da dívida vencerão.
Previsão do Tesouro para este ano
Por fim, a informação é que a previsão do Tesouro Nacional é que a dívida encerre o ano de 2023 entre R$ 6,4 trilhões e R$ 6,8 trilhões. Este dado consta no Plano Anual de Financiamento (PAF), um documento divulgado pelo Tesouro que traz os objetivos, diretrizes e metas que serão observados na gestão da dívida pública federal.
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