Recentemente o Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou mais um tratamento para pacientes cardiovasculares, a terapia de trombectomia, que vem garantindo uma intervenção mais eficiente para casos graves de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
De acordo com o Ministério da Saúde, esta terapia possui eficácia para prevenir ou diminuir possíveis sequelas do AVC, inclusive, é indicada quando ocorre o tipo isquêmico agudo.
Anteriormente, o único procedimento realizado pelo SUS para esses casos era a terapia clínica de trombólise, que nem sempre garantia resultados positivos, sendo até contraindicada dependendo do caso.
A trombectomia por sua vez, é uma espécie de cateterismo realizado no cérebro. Esta terapia garante retirada de um coágulo ou de algum material que esteja obstruindo o fluxo de sangue em uma artéria do cérebro.
De acordo com um estudo da Resilient, a trombectomia aumenta de 21% para 35% a independência funcional do indivíduo e reduz em 16% a mortalidade ou o risco de dependência grave.
Além disso, o tempo para a abordagem da trombectomia durante o AVC também colabora com a recuperação do paciente, já que ela pode ser feita de 8 até 24h após o início dos sintomas.
Apesar de todos esses benefícios, a terapia só pode ser realizada em centros de AVC especializados, contendo sala de hemodinâmica, profissional de neurorradiologista, intervencionista e um anestesista; visto que o procedimento é bem complexo.
O paciente que se submeterá a trombectomia também necessita realizar alguns exames anteriormente para atestar a segurança durante o processo, tais como a tomografia e angiotomografia.
Diferença da trombólise e trombectomia
A trombólise, procedimento mais utilizado pelo SUS, antes da incorporação da trombectomia para o tratamento do AVC, é mais indicada para desobstrução de vasos menores.
Nela, um medicamento trombolítico é introduzido na veia do paciente, a fim de cair na circulação sanguínea e chegar até o vaso cerebral obstruído. Sua ineficácia pode ocorrer quando os vasos são muito grandes, como por exemplo, na artéria cerebral média, pois o medicamento acaba não penetrando o suficiente para dissolver o coágulo, tendo apenas 25% de chance de desobstrui-lo.
Já a trombectomia é ideal para esses casos, pois a tecnologia com uso de stent, não só desobstrui o vaso, como também o abre e incorpora.
Sobre o AVC
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) ocorre após uma alteração súbita do fluxo sanguíneo cerebral, que pode entupir ou romper um vaso que fornece sangue ao cérebro.
No Brasil, mais de 400 mil diagnósticos de AVC são dados por ano, dentre eles, mais de 100 mil chegam a óbito, segundo dados do Ministério a Saúde.
O AVC ainda é configurado em dois tipos, o isquêmico e o hemorrágico.
- Isquêmico: Causado pelo entupimento dos vasos por coágulos, que acaba diminuindo a irrigação de sangue na área e a passagem de oxigênio para as células cerebrais. Este tipo é o mais comum, abrangendo até 85% dos casos.
- Hemorrágico: Neste tipo de AVC, há o rompimento do vaso sanguíneo e logo, extravasamento de sangue dentro ou ao redor do cérebro. É caraterizado por inchaço e aumento da pressão intracraniana.
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