As intenções da Rússia em invadir a Ucrânia podem derrubar os mercados de bolsas de valores no mundo todo. Hoje (24), a queda do Ibovespa veio, em parte, por causa do aumento das tensões entre os dois países. Porém, além da insegurança mundial, existem outros fatores econômicos que podem afetar diretamente a vida e as finanças de todo o mundo.
Contudo, é importante salientar que não há, ainda, um ataque de um país sobre o outro. Isso porque Putin, presidente da Rússia, afirma que o país não invadirá a Ucrânia. Por outro lado, os Estados Unidos afirmam que as invasões podem ocorrer a qualquer momento.
Por que a Rússia quer invadir a Ucrânia?
A intenção de invadir a Ucrânia remonta a problemas no leste europeu de quando a União Soviética se desmantelou em diversos países. Desde então, há um imaginário russo de que eles devem retomar o poder e a influência mundial que a antiga URSS tinha. Vale lembrar que, na época da chamada Guerra Fria, os Estados Unidos travaram batalhas econômicas importantes contra o regime socialista.
Além disso, em 2014 a Rússia anexou o território da Crimeia. A região pertencia à Rússia. Agora, o país de Putin quer tomar todo o país. Isso porque, segundo os russos, a OTAN está aumentando sua influência no país para supostamente diminuir a influência russa. Por outro lado, os Estados Unidos afirmam que a soberania dos países deve ser respeitada.
Nesse embate, fotos de satélites saíram na imprensa mostrando que aproximadamente 100 mil soldados estão na fronteira entre os dois países. No final de semana, a OTAN enviou aparatos militares, como jatos e tropas, para proteger a Ucrânia de possíveis ataques invasores. E nessas movimentações, o mercado se preocupa com questões econômicas, como o abastecimento de gás natural na Europa.
Como uma guerra pode afetar a economia?
A principal consequência de uma guerra entre Rússia e Estados Unidos, na economia, é a alta do dólar. Isso porque os investidores sairão dos ativos de risco e buscarão ativos mais seguros. Como a moeda americana é a mais utilizada no comércio internacional, ter a moeda é a maior proteção. O mesmo acontece com o ouro.
Por outro lado, a Rússia é uma das maiores exportadoras de gás natural para a Europa. O continente usa o produto para gerar energia elétrica e, assim, abastecer a população e, claro, suas produções industriais. No ano passado, o preço da commodity disparou, principalmente pela maior demanda do continente. Além disso, a União Europeia pediu o aumento do fornecimento do produto para os países da Europa.
Com isso, em uma possível guerra, nada impede que o governo russo proíba a exportação de gás natural para o continente. Caso isso aconteça, a indústria europeia fica comprometida e, assim, atrapalha todo o comércio mundial. Dessa forma, o ideal seria que ambos os países chegassem a um acordo. Contudo, no início do mês, diplomatas americanos e russos se reuniram em Genebra, Suíça, para definir os rumos das tensões. Apesar disso, os governos afirmaram que não chegaram a um acordo.