Michel Temer (MDB), ex-presidente da República, criticou nesta sexa-feira (07) a decisão da gestão do chefe do Executivo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de suspender o cronograma de implantação do Novo Ensino Médio e o debate sobre uma eventual revogação da reforma. Em entrevista ao canal “CNN Brasil”, ele classificou a decisão como sendo um “equívoco”.
A reforma do Ensino Médio foi apresentada em 2016, durante a gestão Temer, e aprovada no ano seguinte. O objetivo da iniciativa era tornar a etapa de ensino mais atrativa e ainda ampliar a educação em tempo integral.
No entanto, a implementação da medida tem enfrentado desafios estruturais, resistência e desconhecimento por parte da população. “A reforma foi um avanço reconhecido na época por todos os secretários de educação”, afirmou Temer nesta sexta.
Na quinta-feira (06), tanto o MDB quanto a Fundação Ulysses Guimarães publicaram uma nota condenando a suspensão e possível revogação da reforma. No texto, fala-se que o aumento da carga horária dos estudantes e a diversificação das formações são necessários para o futuro da educação no país.
Além disso, o comunicado ainda diz que descartar a reforma é algo defendido somente por quem busca “velhas e estéreis batalhas ideológicas que nada constroem”. Por fim, a nota diz que ajustes e um debate amplo são bem-vindos, no entanto, a nota diz ser “impossível avaliar de forma técnica uma política dessa magnitude após apenas um ano decorrido de sua implementação”.
Suspensão do Novo Ensino Médio
Assim como publicou o Brasil123, nesta semana, Camilo Santana, ministro da Educação, assinou uma portaria suspendendo, por 60 dias, o cronograma de implementação do Novo Ensino Médio, em uma medida que deve valer a partir da conclusão da consulta pública para avaliação e reestruturação do Ensino Médio.
De acordo com as informações, espera-se que a medida acabe barrando, por exemplo, as mudanças previstas para a edição de 2024 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A suspensão anunciada por Camilo Santana foi feita após ele ter se encontrado com Lula para tratar do assunto.
Conforme o ministro, o adiamento do cronograma não vai afetar o Enem de 2023. “Nós vamos apenas suspender as questões que vão definir um novo Enem de 2024 por 60 dias e vamos fazer ampliar a discussão”, começou o chefe da pasta, completando que “o ideal é que, no processo democrático, a gente possa escutar a todos e, principalmente, quem tá lá na ponta, que são os alunos, os professores e aqueles que executam a política: os Estados brasileiros”.