O aplicativo de mensagens Telegram cumpriu a ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e bloqueou três perfis ligados ao blogueiro bolsonarista Allan dos Santos. O membro da Corte havia estipulado um prazo de 48h para que a ação fosse tomada.
De acordo com a decisão de Alexandre de Moraes, a determinação aconteceu porque investigações da Polícia Federal (PF) constataram que as contas estavam sendo usadas para disseminar discursos de ódio e informações falsas.
Assim como publicou o Brasil123, o bloqueio foi determinado na sexta-feira (25). Na ocasião, o ministro do STF afirmou que os perfis de Allan dos Santos estavam sendo utilizado “como verdadeiros escudos protetivos para a prática de atividades ilícitas”.
“As ações do acusado demonstram que ele está atuando sem qualquer restrição em propagar os seus discursos criminosos, apesar de uma ordem deste Tribunal já ter ordenado que ele fique longe de redes sociais enquanto da investigação da Polícia Federal”, disse Alexandre de Moraes.
Ainda conforme o ministro, o uso do Telegram se revelou como mais um dos meios utilizados pelo blogueiro para burlar “a decisão judicial do STF, o que pode caracterizar, inclusive, o crime de desobediência a decisão judicial”.
‘Crio outro’, diz Allan dos Santos
Antes da decisão do bloqueio ter vindo à tona, um áudio foi divulgado em um dos canais do blogueiro e viralizou pelas redes sociais. Na ocasião, Allan dos Santos apareceu xingando Alexandre de Moraes e afirmando que caso seus canais fossem derrubados, ele iria criar outros.
“Alexandre de Moraes, se você mandar derrubar esse canal, eu crio outro, eu crio outro, eu crio outro, eu crio outro…”, afirma o blogueiro, que recentemente também criou contas alternativas no Instagram.
“Terra fértil para fake news”
Hoje, o Telegram é apontado como um aplicativo “ótimo” para a propagação de discurso de ódio e disseminação de publicações falsas, pois é possível fazer grupos com até 200 mil pessoas. No mundo da política, a plataforma tem sido usada, sobretudo, pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus próprios apoiadores.
No fim do ano passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tentou entrar em contato com o Telegram para criar um plano de combate às fake news. Todavia, o Tribunal sequer foi respondido pelos executivos da empresa, sediada nos Emirados Árabes.