O robô do INSS já consegue fazer a avaliação de 40% das solicitações de aposentadorias. Contudo, quando se avalia as implicações do uso da automatização nesses procedimentos, percebe-se que existe o risco de acabar excluindo as pessoas idosas que não dominam totalmente a ferramenta.
Entretanto, o uso da tecnologia é uma tentativa da autarquia de mitigar o sério problema que levou o instituto quase à beira do caos. Assim, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) busca na automatização uma alternativa para solucionar o problema das imensas filas de espera que aumentavam a cada dia.
Dessa forma, pretende diminuir o tempo de análise dos requerimentos. Então, atender com mais qualidade quem busca os serviços da previdência social, solicitando algum benefício previdenciário.
Quer saber mais detalhes dessa ferramenta que o INSS vem utilizando para analisar solicitações de aposentadoria? Continue a leitura do texto até o final!
Resultados do uso do robô do INSS
De acordo com levantamento recente do próprio instituto de previdência, apontou que existem mais de 1 milhão de segurados esperando por algum tipo de atendimento do órgão. Todavia, esse fato que implica em transtorno para tanta gente, pode ter solução com o auxílio da tecnologia.
O uso de robôs nas análises de requerimento de benefícios como as aposentadorias, as pensões e demais auxílios já começaram. Dados da autarquia mostram que já houve avanço. Apontando que quatro em cada dez aposentadorias que obtiveram concessão nos sete primeiros meses deste ano contaram com a ajuda da inteligência artificial. Dispensando a ação humana, o que torna o atendimento muito mais ágil, pois o quadro de servidores é outro problema da previdência.
Segundo os dados mais recentes do INSS, no mês de julho de 2023, 37% das 500.347 solicitações tiveram decisões automáticas. Isso mostra também um crescimento deste tipo de ação, uma vez que no mês de janeiro, elas representavam 31% do montante de requerimentos.
O lado preocupante do uso do robô do INSS
De acordo com a presidente do Instituto Brasileiro de Direito (IBDP), Adriane Bramante, o sistema que o INSS utiliza ainda apresenta muitas falhas. Dessa forma, é necessário muita atenção por parte do segurado, que deve corrigir todas as informações para depois efetuar a solicitação de seu benefício, evitando assim que haja indeferimento.
Bramante, ressalta também, que normalmente o público que busca o serviço da autarquia é leigo em relação ao direito previdenciário. Então, ela destaca que a mesma eficiência que inteligência artificial apresenta para a concessão do benefício, apresenta também para a negativa.
Sendo assim, se o segurado acreditar que basta apertar um botão para dar entrada no benefício ela vai ter problema. Para garantir a eficiência da automatização, o segurado precisa ajustar possíveis irregularidades e completar informações.
A automatização e a exclusão digital dos idosos
Por fim, André Beschizza, advogado previdenciário, chama a atenção para o fato de que um grande número dos usuários do INSS são idosos. Segundo ele, existe uma exclusão digital preocupante entre essa faixa etária, isso faz com que boa parte tenha dificuldade em lidar com esse tipo de tecnologia. Assim, utilizar o robô do INSS e reduzir o atendimento presencial pode prejudicar essas pessoas que necessitam de esclarecimentos e orientações, enfim, um suporte adequado. Esse fato já sofreu agravamento nos últimos tempos devido a queda no número de servidores.
Você acredita que o uso do robô do INSS trará mais benefícios ou prejuízos aos segurados? Comente conosco.