Nesta quarta-feira (13), a senadora Simone Tebet (MDB), pré-candidata à presidência da República, assim como integrantes da coligação nacional da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entregaram ao ministro Alexandre de Moraes um manifesto “pela paz nas eleições’, além de um pedido de medidas administrativas buscando garantir a segurança no pleito.
“Assumimos desde já, e conclamos todos candidatos, todos os cargos, de todos os partidos e coligações, a manifestarem compromisso expresso e inegociável de confiança na Justiça Eleitoral, no processo de votação por urnas eletrônicas, de respeito ao resultado das urnas e de recolhimento do vencedor, qualquer que seja”, disse o documento assinado pela senadora Tebet e presidentes do PSDB e do Cidadania.
Através de um ofício, Tebet também citou o assassinato do petista Marcelo Arruda pelo policial penal federal, Jorge da Rocha Guaranho, apoiador do atual Presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). “Assim, antes de se buscar resolver este ou aquele caso, é de rigor que haja um esforço coletivo ao qual desde logo os signatários desta aderem, para evitar o colapso da saúde democrática do Brasil”, disse o texto entregue ao ministro Alexandre de Moraes.
A proposta de Tebet busca um “pacto de não agressão entre todas as campanhas, de todos os candidatos, de todos os partidos e coligações”. A coligação de Lula solicitou à Corte Eleitoral que “aprofunde as medidas em curso que têm por objetivo resguardar a segurança do processo eleitoral e a integridade de seus atores, de modo a proteger a democracia”.
Campanha eleitoral já iniciou violenta, diz Tebet
Ao final da reunião, Tebet disse que a campanha eleitoral “já se iniciou mais violenta” que as anteriores. “A violência política começa cedo, e começa mal, porque ela já começa com um atentado que culminou no assassinato de uma manifestante de uma corrente ideológica”, afirmou a senadora.
“Mais importante que declararmos que somos a favor da paz, é assumirmos todos nós a responsabilidade de um pacto de não agressão nessa eleição, seja nas ruas, nos palanques, seja nas redes sociais”, declarou Tebet.
O assassinato do tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, gerou preocupação a presidenciáveis e e autoridades do três Poderes, dado que existe a possibilidade de uma escalada da tensão nas eleições deste ano. Eles condenaram a violência durante a pré-campanha, que iniciará oficialmente em agosto.
Contudo, o assassinato a não foi o primeiro ato de violência deste período, na última semana, uma bomba caseira foi lançada contra a multidão que acompanhava a participação de Lula em um ato realizado no Rio de Janeiro. O artefato foi lançado por André Stefano Dimitriu Alves de Brito, que teve sua prisão em flagrante convertida em preventiva no último sábado.
Na última terça-feira (12), deputados federais de oposição ao governo de Jair Bolsonaro acionaram a Procuradoria-Geral da República (PGR), solicitando que o chefe do Executivo seja investigado por “verdadeiras exportações de ódio” a manifestantes de oposição ao seu governo. Eles também solicitaram a federalização do caso de assassinato em Foz de Iguaçu, no entanto, Augusto Aras disse que irá aguardar a conclusão do inquérito no Paraná.