Nesta sexta-feira, a senadora Simone Tebet (MDB), terceira colocada no primeiro turno das eleições presidenciais, chamou o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), de pedófilo, se referindo ao comentário que o mandatário realizou sobre as meninas venezuelanas em uma entrevista.
“Quando Bolsonaro disse que pintou um clima, é crime. É mais do que isso, é pedofilia. E lugar de pedófilo é na cadeia. Eu não tenho medo. Já chamei o presidente de covarde e não tenho medo de dizer que ele cometeu um crime”, disse a senadora do MDB, Simone Tebet.
Simone Tebet participou de uma passeata em Teófilo Otoni junto ao ex-presidente da República e candidato, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), bem como de Marina Silva (Rede), que foi eleita recentemente deputada federal em São Paulo. A região fica no Nordeste do estado de Minas Gerais.
Além dos comentários sobre o caso das meninas venezuelanas, Tebet também atacou Bolsonaro pela postura do presidente em relação à pandemia. “Ele é desumano e virou as costas para o povo brasileiro no momento em que o povo brasileiro mais precisou. Ninguém me contou, eu estava lá. Ele negou vacina no braço do povo brasileiro. Mais de 100 mil filhas e filhos morreram prematuramente porque ele atrasou a compra da vacina em 45 dias”.
Tebet afirma que decisão de apoio a Lula já estava tomada
Tebet ficou em terceiro lugar na disputa presidencial do primeiro turno e, segundo ela, assim que acabou a disputa, já tinha tomado uma decisão. “Assim que acabou o resultado do primeiro turno, eu fui para a televisão e disse que o meu partido tinha 48 horas para tomar uma decisão porque eu já tinha tomado a minha. Para mim, o povo brasileiro não levou dois candidatos no primeiro turno, levou apenas um: Luiz Inácio Lula da Silva”, disse Tebet.
Nesse sentido, Tebet deverá participar de outras agendas em Minas Gerais, bem como no interior de São Paulo, com o objetivo de atrair voto do público mais conservador. A senadora Simone Tebet também pretende conversar com o setor do agronegócio.
O vice-governador da chapa de Romeu Zema (Novo), Paul Brant (PSDB) participou do ato em Teófilo Otoni. Zema já declarou apoio a Bolsonaro e, com o apoio de Brant a Lula, gerou uma chapa dividida pelo governo estadual de Minas Gerais. Paulo Brant já fez parte do Partido Novo e migrou para o PSDB no meio da pandemia.
“Essa eleição talvez seja a mais importante depois da redemocratização porque está em jogo não apenas as melhorias das agendas de políticas públicas, está em jogo o valor maior da democracia”, disse Brant, junto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Simone Tebet.
“A democracia brasileira está em risco e a única esperança é votar em Lula. O povo de Minas Gerais não vai seguir os conselhos dos coronéis que estão dizendo que vão virar a eleição em Minas, não vão virar”, disse Paulo Brant. Segundo Brant, o Brasil vive “um momento grave” e as eleições presidenciais “vão nos encaminhar para direções que podem agravar ou atenuar gravíssimos problemas que enfrentamos”.