Discursando virtualmente na Conferência Lide Brasil, que acontece em Lisboa neste sábado (4), organizada pelo Grupo de Líderes Empresariais, Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, destacou suas “diferenças” com o presidente Lula e ministro da Fazenda Fernando Haddad, mas negando qualquer tipo de oposição entre eles.
Desse modo, Tebet, reiterou as “diferenças econômicas” com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo que ela executaria a pasta “duramente” e reconhecendo que poderá receber “cartões amarelos” de membros do governo, esforce-se para garantir a responsabilidade fiscal.
Compromissos de Tebet perante o governo
Tebet aposta na austeridade na esfera fiscal, afirmando que a evolução esperada para o país envolve rigidez nesse sentido. “Eu serei austera em relação a isso. Devo receber por isso alguns cartões amarelos, mas quando eu perceber que o cartão vai ser vermelho, eu vou chegar para o presidente Lula com ‘jeitinho’ e tentar fazer os esclarecimentos previstos. É meu papel, como ministra do Planejamento e Orçamento, dizer se temos recursos ou não, se teremos ou não espaço fiscal”.
“Planejamento será prioridade. Precisamos gastar bem o pouco recurso que temos. O cobertor público é curto. Mas governar também é escolher prioridades. Pior do que não gastar é gastar mal”, destacou Tebet em sua fala durante a conferência.
Governo Lula e missões econômicas
De acordo com Simone Tebet, o governo Lula tem três grandes missões na área econômica, sendo elas:
- Aprovar a reforma tributária que há 30 anos tramita no Congresso;
- Apresentar um novo arcabouço fiscal para controlar os gastos e diminuir ou zerar o déficit fiscal, que hoje está em 2% do PIB;
- Apresentar ao Brasil ainda neste ano o plano plurianual, com objetivo de conduzir os destinos do país por meio da economia nos próximos quatro anos.
Além disso, a ministra destacou que o Brasil precisa voltar a crescer e ser competitivo. “Não faremos isso sozinhos. Precisamos nos reconectar com o mundo. Precisamos de Portugal, precisamos da Europa, como precisamos da América Latina”, ressaltou.
“Estou falando especialmente não só do Mercosul, mas também da relação do Mercosul com a União Europeia. Arrumar a casa do ponto de vista fiscal, com emergência, para se fazer o social”. Tebet observou que o governo federal oferecerá ao mundo, aos parceiros públicos e privados, “segurança jurídica, previsibilidade, transparência e agilidade”, complementou.
Elogios a Alexandre de Moraes
Em seu discurso, Tebet disse que a democracia foi “fortalecida” após as ações antidemocráticas de 8 de janeiro e elogiou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, pela análise do caso.
“Quero render as minhas homenagens ao STF, na figura de Alexandre de Moraes, que tem sido rigoroso na tramitação do processo e na punição de golpistas”, afirmou.