Nesta segunda-feira (8), a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, aprovou a indicação de Fernando Haddad, como o nome de Gabriel Galípolo para secretário-executivo do Ministério da Fazenda, visando ser a “voz” do governo federal e do Brasil no Banco Central. Vale lembrar que o BC, e principalmente o seu presidente, Roberto Campos Neto, tem sido alvo de críticas do presidente Luís Inácio da Silva, que defendeu a redução da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,75%.
Falas de Tebet
A ministra comentou sobre a indicação ao chegar para despachar em Brasília.“Ele [Galípolo] é uma pessoa preparada, que vai ser a voz do governo federal, a voz também do Brasil dentro do governo federal. Tem capacidade, tem experiência, tem diálogo e tem bom relacionamento com o presidente do Banco Central. Então, tem tudo para dar certo. Acho que foi uma boa escolha do ministro Fernando Haddad”, afirmou a ministra.
Em seguida, ela comentou a “politização” com a autoridade monetária, que vem sendo alvo de intensas críticas pelo atual governo. “Vai contribuir em muito, primeiro para pacificar essa pauta. Acho que já deu o que tinha que dar em matéria de politização”.
Banco Central e governo Lula
O presidente Lula vem criticando a postura rígida do Banco Central em relação às taxas de juros. Não só ele, mas alguns de seus ministros também criticaram o alto nível da Selic e o motivo pelo qual não viram sinais concretos do Copom para reduzi-la. Assim, Lula e alguns de seus ministros desaprovam a posição do BC, elegante à possível falta de crescimento, ao mesmo tempo, em que o BC visa defender a meta de inflação.
Vale ressaltar que a alta do Copom na taxa básica visa conter o aquecimento da demanda, que afeta os preços, uma vez que taxas mais altas encarecem o crédito, estimulando a poupança. Portanto, taxas de juros mais altas também dificultam a expansão da economia. Apesar disso, em recente declaração, Campos Neto defendeu o tecnicismo das decisões da autarquia. Ele se mostrou otimista até com o programa do governo para equilibrar as contas públicas, que têm implicações nas estimativas de inflação.
Quem é Gabriel Galípolo?
Com 39 anos, Galípolo é formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política. Em seu currículo, consta também a fundação, em 2009, da Galípolo Consultoria, da qual foi sócio-diretor até 2022. Entre 2017 e 2021 foi presidente do Banco Fator. Galípolo se aproximou de Lula após participar de uma transmissão ao vivo com o então ex-presidente, que também contou com a presença de outros integrantes do mercado financeiro.
Em suma, segundo fontes do PT, na época, Lula ficou feliz em ouvir Galípolo, no momento em que todos os mercados estavam contra ele e ideologicamente alinhados com o então presidente Jair Bolsonaro, mas os profissionais da área queriam fazer negócios, independentemente da linha política.