O Tribunal de Contas da União (TCU) revelou nesta segunda-feira (04) que vai apurar denúncias de assédio sexual e moral contra Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa. A investigação acontece porque, na semana passada, o Ministério Público de Contas (MPTCU) pediu ao órgão que apurasse o caso.
Na representação, assinada pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, pediu-se ao TCU que o órgão apurasse a conduta do ex-presidente na Caixa, apontando que as suspeitas de assédio sexual configuram “flagrante violação ao princípio administrativo da moralidade”, previsto na Constituição Federal.
De acordo com a denúncia, existem indícios de que Pedro Guimarães teve condutas “reprováveis e incompatíveis com o exercício de presidente de uma das mais importantes instituições financeiras estatais”. Além disso, Lucas Furtado, do MPTCU, também disse que o “assédio sexual e moral contamina o ambiente de trabalho tanto nas empresas privadas como na administração pública”.
“Quando praticado no âmbito da administração pública, o assédio gera a percepção, na sociedade, de que as instituições estatais não se pautam em valores morais nem são conduzidas segundo elevados padrões de conduta”, afirmou o servidor.
Além do TCU, outros órgãos como o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério Público Federal (MPF) também estão investigando as denúncias contra Pedro Guimarães, que nega qualquer acusação de assédio enquanto presidente da Caixa.
Denúncias contra o ex-presidente da Caixa
Assim como publicou o Brasil123 na última quarta (22), uma publicação do portal “Metrópoles” revelou que funcionárias da Caixa denunciaram o executivo, afirmando que sofreram assédio sexual dele. Nos relatos, as mulheres afirmaram que a maioria dos assédios ocorreu durante viagens a trabalho.
Segundo a reportagem, mulheres discutiam denunciar o presidente da empresa desde o ano passado, mas tinham receio do efeito que isso poderia causar, visto que Pedro Guimarães fazia questão de demonstrar a sua influência no governo e junto ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
Todavia, após uma reunião e inúmeros relatos, as mulheres resolveram levar o caso ao MPF, que abriu uma investigação para apurar o caso e ouviu vítimas dizendo que Pedro Guimarães agia de maneira inapropriada, com toques íntimos não autorizados, convites inapropriados e outras formas de assédio.
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