O Tribunal de Contas da União (TCU) entrou no debate que tem como foco defender a segurança e a confiabilidade das urnas eletrônicas. O ato acontece no momento em que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), volta a atacar o sistema eleitoral brasileiro, colocando em dúvida a lisura do processo.
De acordo com informações reveladas pelo jornalista Valdo Cruz, da “Globo News”, nesta quarta-feira (18), o tribunal deve fazer um balando sobre a auditoria em curso no TCU sobre as urnas eletrônicas. Ainda conforme o comunicador, a apresentação será feita pelo ministro da Corte Bruno Dantas, que hoje é quem está à frente da auditoria sobre o sistema eleitoral brasileiro.
Ao todo, a auditoria tem cinco fases. Dessas, duas já foram concluídas e, conforme o balanço, não apresentaram nenhum problema que fosse capaz de alterar o resultado das eleições. “Dantas distribuiu aos ministros um comunicado sobre o que já foi feito até agora”, afirmou Valdo Cruz.
Segundo o jornalista, esse documento explica que técnicos do tribunal acompanharam os recentes Testes de Segurança Pública feitos pelo TSE. Na ocasião, 26 equipes de investigadores realizaram 29 planos de ataques, com tentativas de alteração do software da urna, mudança do resultado da eleição ou violação do sigilo do voto.
“Cinco ataques tiveram algum tipo de achado relevante, porém nenhum com o condão de alterar os votos ou afetar sua totalização”, explica o ministro, informando ainda que, na segunda fase de testes do TSE, “os investigadores responsáveis pelos cinco planos de ataque bem sucedidos fizeram novos testes e validaram as soluções desenvolvidas pela equipe técnica do tribunal”.
No documento o ministro também relata que “ficou configurado que os pontos de fragilidade encontrados pelos investigadores foram corrigidos e o sigilo do voto e da totalização da apuração não foi violado”.
TCU unido com o STF e com o STF
De acordo com Valdo Cruz, o TCU quer demonstrar que está ao lado do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na defesa das urnas eletrônicas no Brasil, contrapondo-se aos ataques do presidente da República, que tem atacado as instituições do país e o sistema eleitoral brasileiro.
Segundo Valdo Cruz, o TCU quer mostrar que, de acordo com a Constituição, o controle externo no Brasil é feito pelo TCU e não as Forças Armadas. Por conta disso, a auditoria em curso sobre as urnas está sendo realizada pelo tribunal e não pelas Forças Armadas, como chegou a sugerir Bolsonaro.
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