Nesta terça-feira, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo divulgou dados sobre a inadimplência no Brasil. De acordo com informações da pesquisa, a classe média ficou mais endividada e inadimplente na passagem do mês de abril para maio.
A classe média atualmente é classificada como o grupo que tem renda de três a cinco salários mínimos. Sendo assim, dentre as pessoas dessa faixa, a proporção de endividados subiu de 78,7% para 79,6%. Da mesma maneira, a inadimplência foi de 27,3% para 27,7%. Além disso, no caso dos que ganham de cinco a dez salários mínimos, também existiu um aumento, de 77,8% para 78,0%.
Dados sobre a inadimplência no país
A pesquisa também trouxe outros dados interessantes. Por exemplo, a parcela de consumidores com d´vidas atrasadas permaneceu no mesmo nível do mês de abril – representando assim, 29,1% do total de famílias. Entretanto, esse número representa uma mudança em relação a maio de 2022, onde a parcela de inadimplentes nesse caso alcançou os 28,7%.
Além disso, a parcela de famílias que afirmaram não ter condições de pagar suas dívidas atrasadas atingiu o maior número desde outubro de 2020. O número de famílias que deram essa declaração tingiu os 11,8%. Um dos motivos que pode ser apontado como responsável por essa situação é a alta dos juros. Isso acaba dificultando o pagamento da dívida atrasada, já que eles pioram as despesas financeiras.
Já no grupo de pessoas com uma renda familiar mensal de até três salários mínimos, a proporção de inadimplentes permaneceu estável em 36,3%. Isso pode ser justificado com o maior alcance e aumento dos valores do Bolsa Família e a retomada das contratações formais de pessoas com menor escolaridade.
Em contrapartida, no faixa de pessoas com renda de cinco a dez salários mínimos, houve um aumento de 22,6% para 23,4%. Em adição, no grupo que recebe acima de 10 salários mínimos mensais, os índices apresentaram um recuo de 13,9% para 13,7%. Por fim a pesquisa ainda mostrou que cerca de 45,7% dos inadimplentes estão com contas atrasadas há mais de três meses, maior porcentual em três anos.
Como evitar a inadimplência?
Evitar a inadimplência envolve uma boa administração financeira e o estabelecimento de hábitos financeiros saudáveis. Por esse motivo, confira abaixo algumas dicas para ajudar a evitar a inadimplência:
Planejamento financeiro:
É sempre interessante fazer um planejamento detalhado das suas finanças, incluindo receitas e despesas. Assim, não deixe de estabelecer um orçamento realista que leve em consideração todas as suas obrigações financeiras. Nesse caso, leve em conta as despesas como contas mensais, empréstimos e despesas diárias. Para completar, sempre se certifique de que sua renda seja suficiente para cobrir todas as suas despesas.
Controle de gastos:
É muito importante acompanhar e registrar todas as suas despesas regularmente. Dessa forma, isso vai ajudar a identificar onde você está gastando excessivamente e onde pode fazer cortes, se necessário. Em adição, sempre evite compras por impulso e busque economizar sempre que possível.
Prioridades de pagamento:
Uma boa dica para lidar com as contas é estabelecer prioridades para suas despesas e pagamentos. Sendo assim, sempre se certifique de pagar primeiro as contas essenciais, como aluguel, hipoteca, contas de serviços públicos e dívidas com juros elevados. Isso vai ajudar a evitar atrasos e possíveis inadimplências nessas obrigações.
Reserva de emergência:
Uma outra dica muito especial é manter uma reserva de emergência! Assim, você consegue lidar com despesas imprevistas, como é o caso de reparos em casa, despesas médicas ou até mesmo a perda de emprego. Ter uma reserva financeira ajudará a evitar recorrer a empréstimos ou atrasar pagamentos em caso de emergência.
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Negociação e renegociação de dívidas:
Se você está enfrentando dificuldades financeiras e corre o risco de se tornar inadimplente, você pode entrar em contato com seus credores e tente renegociar as condições de pagamento. Em muitos casos, os credores estão dispostos a oferecer planos de pagamento alternativos ou prazos estendidos para ajudar a evitar a inadimplência.
Uso consciente do crédito
Utilizar o crédito de forma consciente e responsável deve sempre ser uma prioridade. Dessa forma, sempre evite acumular muitas dívidas e limite-se a um valor que você possa pagar confortavelmente. Além disso, faça pagamentos pontuais e, se possível, pague o valor total do cartão de crédito a cada mês para evitar juros acumulados.
Educação financeira
Por fim, uma alternativa é buscar conhecimento sobre finanças pessoais e educação financeira. Dessa forma, ao entender conceitos básicos de economia, orçamento e investimentos, você conseguirá tomar decisões mais informadas e evitará problemas financeiros futuros.
Lembre-se sempre que cada situação financeira é única. Por isso, é importante adaptar essas dicas de acordo com suas circunstâncias e necessidades pessoais.
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Programa do governo pode ajudar com a inadimplência
Em uma cerimônia na tarde da segunda-feira (05), o programa Desenrola Brasil foi lançado. Os detalhes da iniciativa foram aprovados pelo presidente Lula durante reunião com o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda).
Esse é um programa do governo que promete focar em renegociação de dívidas para ajudar brasileiros a saírem da inadimplência! Isso se faz muito importante quando entendemos que o valor médio do valor da dívida por pessoa é inferior a R$ 5 mil. Além disso, boa parte do endividamento está concentrado na faixa de renda de até dois salários mínimos (R$ 2.610,00 atualmente).
Por esse motivo, o Desenrola Brasil pretende beneficiar exatamente essa parcela de pessoas com o programa de refinanciamento de dívidas do Governo Federal.
O Desenrola Brasil nada mais é do que um programa lançado pelo Governo Federal no início do ano. Entretanto, para que ele fosse implementado, foi necessário o desenvolvimento de uma solução tecnológica que possibilitou a gestão do processo de renegociação.
Sendo assim, podemos definir o Desenrola Brasil como um projeto do governo que visa diminuir o número de famílias endividadas no Brasil. A expectativa do projeto é de facilitar a negociação de dívidas de aproximadamente 37 milhões de brasileiros. Tudo isso deve ser feito para auxiliar na organização financeira dessas pessoas.
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