Taxa Selic se mantém: o COPOM (Comitê de Política Monetária) do Banco Central votou pela manutenção da taxa básica de juros (Selic) no patamar atual de 13,75% anual. Essa decisão foi a 5ª consecutiva a manter a alíquota inalterada. Como resultado, a taxa básica de juros permaneceu no nível mais alto desde dezembro de 2016.
O anúncio foi altamente aguardado pelo mercado porque fornece informações sobre o pensamento do Comitê por trás da decisão e o ambiente econômico no qual ela foi tomada.
Justificativa do COPOM em manter a taxa Selic no mesmo valor
O Copom culpa a crise bancária global, a piora das perspectivas econômicas globais e domésticas e a persistência da pressão inflacionária. Desde a última reunião do Copom, o ambiente externo piorou. Os episódios envolvendo bancos nos Estados Unidos e na Europa aumentaram a incerteza e a volatilidade do mercado, tornando necessário o monitoramento constante.
Enquanto isso, os dados recentes de atividade global e inflação permanecem robustos, e a política monetária nas principais economias continua se movendo em uma direção contracionista.
Os indicadores econômicos mais recentes têm sido o fator de equilíbrio nas deliberações do grupo sobre a situação brasileira. Os indicadores econômicos mais atualizados continuam corroborando o cenário de desaceleração previsto pelo Copom.
A inflação medida pelo índice de preços ao consumidor (INPC) e suas diversas medidas subjacentes continua subindo acima da faixa compatível com o alcance da meta de inflação. Assim, o Comitê considera que há mais incerteza do que o normal sobre suas premissas e projeções neste momento.
O comunicado também afirma que o Comitê continuará monitorando o cenário de inflação global e não hesitará em reiniciar o ciclo de alta se a manutenção do imposto não conseguir conter o aumento do custo de vida.
Leia ainda: Uber vai ACABAR? Conheça a novidade surpreendente
Enfim, não há nada de novo na decisão
O mercado já esperava por essa decisão, mas o Copom chegou à sua segunda reunião do ano com apostas a favor e contra a implementação de cortes de juros neste ano. Embora a inflação de fevereiro tenha sido maior do que o esperado, ela continua bem abaixo da meta.
As projeções dos economistas para o final do ano seguem subindo, já que eles antecipam novos aumentos. Em 12 meses, o IPCA tem média de 5,6%, com meta para 2023 de 3,25% a 4,75%.
As metas de inflação para 2023, 2024 e 2025, definidas pelo BC, são de 3,25%, 3% e 3%, respectivamente, com buffer de 1%. Espera-se que o governo estabeleça a meta de 2026 este ano. O Banco do Brasil alterou a taxa Selic pela última vez na reunião de 3 de agosto, quando a elevou de 13,25% para 13,75%.
Apesar da decisão inicial de manter as taxas inalteradas em 21 de setembro, o comunicado do Copom indicava que um aumento futuro ainda era possível.
Efeitos das declarações de Lula
Na véspera da reunião do Copom, o presidente Lula concedeu entrevista à TV 247, na qual criticou a atual taxa de juros de 13,75% e previu que o Banco Central teria que resistir aos ataques.
Em consequência, o Federal Reserve, dos Estados Unidos, decidiu elevar, então, a taxa de juros nacional em 0,25% nesta quarta-feira (22), levando-a para um intervalo de 4,75% a 5%.
Saiba mais: Foi cortado do Bolsa Família? Entenda o porquê