O mercado de trabalho brasileiro sofreu grandes perdas em 2021. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo IBGE, a taxa composta de subutilização bateu recorde no ano passado.
A saber, o IBGE agrega três componentes na taxa de subutilização do país:
- Desocupação;
- Subocupação por insuficiência de horas;
- Força de trabalho potencial.
Em resumo, esses componentes incluem “as pessoas que não estão ocupadas, porém tomaram alguma medida efetiva para conseguir trabalho, mas não estavam disponíveis para trabalhar ou não realizaram busca por trabalho apesar de desejarem e estarem disponíveis”, segundo o IBGE.
No ano passado, a taxa de subutilização atingiu o maior patamar já registrado pela série histórica, iniciada em 2012. Na verdade, a taxa já havia disparado em 2020, atingindo 28,3% da população. E, em 2021, houve mais um avanço, chegando a 28,5%.
O IBGE revelou que a menor taxa foi observada em 2014, de 15,9%. Isso mostra que o percentual ficou quase duas vezes maior que há sete anos, indicando a deterioração do mercado de trabalho brasileiro.
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Pandemia da covid-19 impulsiona taxa de subutilização
O levantamento destacou a pandemia da covid-19, que impulsionou a taxa de subutilização no Brasil. Em síntese, o mercado de trabalho do país já estava sofrendo antes disso, e a crise sanitária agravou essa situação.
“Entre 2012 e 2014 houve redução na taxa de subutilização, porém, a partir de 2015, seguindo uma tendência do mercado de trabalho, ela vem aumentando, crescendo 10,2 pontos percentuais até 2021”, disse Denise Guichard, analista da pesquisa.
“Em números absolutos, eram 19,4 milhões de pessoas subutilizadas em 2015 e 32,6 milhões nos resultados observados em 2021”, acrescentou.
Os dados da PNAD Contínua mostraram que as mulheres e as pessoas de cor ou raça preta ou parda foram as que mais sofreram no país. As taxas atingiram 35,4% das mulheres e 33,2% das pessoas pretas ou pardas.
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