A taxa de desemprego caiu para 11,2% no trimestre encerrado em fevereiro. Diante desta constatação, o que se observa é que houve uma queda, se comparado ao trimestre anterior, que pontou em 11,6%.
A saber, a atual taxa é a menor para um trimestre encerrado em fevereiro desde o ano de 2016.
No país, o número de pessoas desempregadas chega a 12 milhões. Na comparação com o último trimestre, o número de pessoas em busca de trabalho caiu 3,1%.
Vale destacar que todos esses dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Recuo da taxa de desemprego
Para a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, a retração na taxa de desocupação reflete a tendência de queda observada nos últimos trimestres.
“No trimestre encerrado em fevereiro, houve retração da população que buscava trabalho, o que já vinha acontecendo em trimestres anteriores. A diferença é que nesse trimestre não se observou um crescimento significativo da população ocupada”, afirma.
No trimestre encerrado em fevereiro, o número de ocupados foi estimado em 95,2 milhões e ficou estável frente ao trimestre anterior.
Com isso, também houve estabilidade no nível da ocupação, percentual de pessoas em idade de trabalhar que estavam efetivamente ocupadas na semana de referência da pesquisa (55,2%).
De acordo com a pesquisadora, a estabilidade do contingente de ocupados pode estar retomando um padrão anterior à pandemia de Covid-19: nos trimestres encerrados em fevereiro, havia, historicamente, retração dessa população.
Uma das possíveis explicações para isso é o desligamento de trabalhadores que, no fim do ano anterior, são contratados de forma temporária.
“Se observarmos a série histórica, veremos que, desde o seu início, houve queda no número de pessoas ocupadas nesse período. Agora não tivemos queda, mas essa perda de fôlego neste ano pode indicar a retomada desses padrões sazonais”, diz.
Crescimento de postos e ocupação
Uma das únicas categorias em expansão, os empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada aumentaram em 1,1% frente ao trimestre anterior, o que representa 371 mil pessoas.
Também houve crescimento de 5,2% (ou de 203 mil pessoas) entre os empregadores.
Já no contingente de trabalhadores por conta própria houve declínio de 1,9% na comparação com o trimestre encerrado em novembro. Isso representa uma queda de 488 mil pessoas.
Dessa forma, os profissionais informais totalizaram 38,3 milhões, enquanto eram 38,6 milhões no trimestre anterior.
Acompanhando a queda, a taxa de informalidade passou de 40,6% para 40,2% nesse período. A saber, essa categoria reúne o trabalhador sem carteira assinada, o empregador e trabalhador por conta própria sem CNPJ e o trabalhador familiar auxiliar.
Além disso, tanto o número de trabalhadores domésticos, estimado em 5,7 milhões de pessoas, quanto o de empregados do setor público, que agrupa 11,3 milhões, ficaram estáveis no trimestre encerrado em fevereiro.
Entre as atividades pesquisadas, só houve aumento de ocupação em Outros serviços (4,0%, ou mais 189 mil pessoas).
“Esse crescimento reflete o aumento de serviços pessoais prestados às famílias, que incluem atividades de serviços na área de estética, e também de atividades recreativas”, afirma.
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