De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (28), a taxa de desemprego no Brasil atingiu 8% no trimestre móvel encerrado em junho. Esse resultado representa o melhor desempenho para a taxa de desemprego neste trimestre desde 2014, quando registrou 6,9%. Comparado ao trimestre anterior, entre janeiro e março, houve uma redução de 0,8 ponto percentual na taxa de desocupação, que estava em 8,8%.
Em relação ao mesmo período do ano passado, o cenário também apresentou melhorias significativas, com uma queda de 14,2% na taxa de desemprego, ou seja, uma redução de 1,4 milhão de trabalhadores desocupados. O número absoluto de desocupados teve uma baixa de 8,3% em comparação ao trimestre anterior, totalizando 8,6 milhões de pessoas desempregadas, o que representa uma diminuição de 785 mil indivíduos em relação ao último trimestre do ano anterior.
Esses dados sinalizam uma melhora no mercado de trabalho brasileiro, refletindo em um menor contingente de desempregados e contribuindo para a redução da taxa de desemprego no país. No entanto, é importante acompanhar a evolução desses indicadores nos próximos trimestres para compreender a tendência do mercado de trabalho brasileiro diante do cenário econômico e social do país.
Taxa de desemprego no Brasil
A pesquisa revelou que o contingente de empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada teve um aumento de 2,4% em comparação com o trimestre anterior, totalizando 13,1 milhões de pessoas. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, houve estabilidade nesse grupo de trabalhadores. Todos os subgrupos de trabalhadores sem carteira tiveram crescimento no trimestre, com maior demanda no setor privado, em trabalhadores domésticos e prestadores de serviços para famílias.
Por outro lado, o grupo de trabalhadores com carteira assinada no setor privado se manteve estável no trimestre, com um total de 36,8 milhões de pessoas, representando um aumento de 2,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os destaques da pesquisa em relação à situação do mercado de trabalho são:
- Taxa de desocupação: 8%
- População desocupada: 8,6 milhões de pessoas
- População ocupada: 98,9 milhões de pessoas
- População fora da força de trabalho: 67,1 milhões de pessoas
- População desalentada: 3,7 milhões de pessoas
- Empregados com carteira assinada: 36,8 milhões de pessoas
- Empregados sem carteira assinada: 13,1 milhões de pessoas
- Trabalhadores por conta própria: 25,2 milhões de pessoas
- Trabalhadores domésticos: 5,8 milhões de pessoas
- Trabalhadores informais: 38,7 milhões de pessoas
- Taxa de informalidade: 39,2%
Esses números mostram que, apesar do aumento no número de empregados sem carteira de trabalho assinada, a taxa de desocupação se manteve em 8%, sinalizando um cenário de estabilidade no mercado de trabalho brasileiro. O setor informal continua sendo uma parte significativa da força de trabalho, representando quase 40% do total de ocupados no país. É importante observar esses indicadores para entender o panorama do emprego no Brasil e as tendências econômicas em relação ao mercado de trabalho.
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Queda dos desalentados
O cenário aquecido do mercado de trabalho trouxe esperança para muitos trabalhadores que estavam fora da força de trabalho. O número de desalentados, que representa trabalhadores que haviam desistido de procurar emprego, atingiu o menor nível desde o terceiro trimestre de 2016.
Atualmente, são 3,7 milhões de pessoas nessa condição, uma redução significativa em comparação com o pico de mais de 5,6 milhões registrado no terceiro trimestre de 2020, período de forte impacto da pandemia de Covid-19.
Segundo informações do IBGE, existem diversos fatores que contribuem para a saída de pessoas do desalento. Alguns indivíduos voltam a buscar emprego, outros retornam ao mercado de trabalho, enquanto outros decidem abandonar completamente a procura por uma vaga.
Além disso, a taxa de subutilização também apresentou queda, representando a relação entre desocupados, aqueles que poderiam trabalhar mais e aqueles que não estão interessados em trabalhar, em relação à força de trabalho total. Atualmente, o país possui 20,4 milhões de pessoas em situação de subutilização, o que corresponde a uma taxa de 17,8%.
Este é o menor número desde 2015, com reduções tanto no trimestre, com queda de 1,0 ponto percentual, quanto no ano, com redução de 3,4 pontos percentuais.
Esses indicadores demonstram um cenário mais otimista para o mercado de trabalho no Brasil, com queda no desalento e na subutilização, o que indica uma retomada gradual da economia e uma melhora nas oportunidades de emprego para a população.
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Rendimentos
O rendimento real habitual manteve-se estável em relação ao trimestre anterior, atingindo a média de R$ 2.921. Porém, ao analisar o período de um ano, houve um crescimento significativo de 6,2% nesse indicador.
Além disso, em relação à massa de rendimento real habitual, estima-se que ela alcançou o montante de R$ 284,1 bilhões. Assim, embora tenha permanecido estável no trimestre anterior, apresentou um crescimento de 7,2% na comparação anual.
Da mesma forma, a análise revela que, em termos trimestrais, o aumento da população ocupada não foi suficiente para elevar a massa de rendimento, uma vez que o rendimento médio permaneceu estável. Por outro lado, ao considerar o período de um ano, observamos um panorama mais positivo, com crescimento tanto na quantidade de pessoas empregadas como no valor médio de suas remunerações. Assim, esses fatores contribuíram para uma evolução mais favorável da massa de rendimento no período anual.
Dessa forma, essa estabilidade nos rendimentos e o crescimento da massa de rendimento real habitual podem indicar um cenário de recuperação econômica gradual, com maior número de pessoas empregadas e com ganhos salariais mais expressivos. No entanto, é importante acompanhar o comportamento desses indicadores ao longo do tempo para uma análise mais aprofundada da situação econômica do país.
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