Moradores do estado do Rio de Janeiro passarão a pagar mais caro na tarifa de energia já neste mês de março. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, ainda nesta terça-feira (14), o aumento médio de 7% nas tarifas da distribuidora de energia Light. O aumento no custo atingirá cerca de 4 milhões de consumidores de 31 cidades, incluindo a capital carioca.
Nesse sentido, o reajuste da tarifa de energia para os clientes da Light será realizado de forma diferente para os grupos de baixa tensão e por alta tensão. Clientes residenciais e de comércio de pequeno porte (baixa tensão) terão suas tarifas reajustadas em 7,47%. Por outro lado, clientes industriais e estabelecimentos de grande porte terão uma alta de 6,03% na tarifa de energia.
Já para clientes da distribuidora Enel RJ, o aumento médio será de 3,28%, atingindo 3 milhões de clientes em 66 municípios do estado do Rio de Janeiro. A revisão da tarifa de energia da Enel impactará os grupos de consumo (alta e baixa tensão) de formas diferentes. Consumidores residenciais e de pequenos comércios (baixa tensão) terão suas tarifas elevadas em 6,18%, por outro lado, os clientes industriais e de grande porte (alta tensão) terão redução de 4,91% nas tarifas.
Veja também: QUEM tem direito a receber devolução dos impostos? Saiba mais
Light passa por situação econômica complicada
A Light vem passando por uma situação de caixa bastante delicada e, inclusive, vem relatando dificuldades financeiras para a Aneel nos últimos meses. Nesse sentido, a empresa chegou a afirmar que sua concessão “tem apresentado geração de caixa insuficiente para garantir sua sustentabilidade”.
De acordo com a Light, o caixa insuficiente é motivado principalmente pelas chamadas perdas “não técnicas”, ou seja, furto de energia, além da alta inadimplência em relação à tarifa de energia. A Light opera em uma área que possui o maior índice de furto de energia e inadimplência do Brasil. Devido a isso, não consegue cumprir com as metas de perdas e inadimplências definidas no contrato de concessão e, com isso, recebe reajustes abaixo do que precisa da Aneel.
13º salário do BPC vai ser LIBERADO? Veja o que diz o governo
Tarifa de Energia subiu 48,7% desde 2015
Segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o preço por megawatt/hora da tarifa de energia residencial subiu de R$462,80 em 2015 para R$688,30 ao fim do ano passado. O valor representa um aumento de 48,7% no custo da energia para os consumidores. Para efeito de comparação, o custo da geração de energia, no mesmo período, passou de R$202,70 para R$260,50, um aumento de 28,5%.
De acordo com Edvaldo Santana, ex-diretor da Aneel, o custo da energia para o consumidor vem subindo mesmo com um cenário de redução no preço da energia de fonte solar, termelétricas a gás e eólica, devido aos leilões realizados nos últimos anos.
“Esse benefício não chega na tarifa. E isso ocorre porque há muita interferência política na criação de subsídios e na sua distribuição. Um exemplo disso são as construções obrigatórias de termelétricas previstas no projeto de privatização da Eletrobras, que serão pagas em formas de subsídios e encargos. Nesse caso, o Congresso planejou até onde as térmicas serão construídas, definiu o volume da operação e ainda regulou o preço”, disse Santana, ao comentar sobre a tarifa de energia paga pelo brasileiro.