O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que sempre será leal ao ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), apesar da discordância pública durante a reunião do PL quanto ao posicionamento do partido sobre a reforma tributária.
Vale mencionar que, durante a análise da proposta, Jair Bolsonaro manifestou sua oposição, enquanto Tarcísio protegia o texto ao realizar mudanças com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Falas de Tarcísio
Durante um evento de comemoração pela Revolução de 32, na capital paulista, Tarcísio de Freitas comentou sobre o desentendimento com Bolsonaro. Na frente dos jornalistas, o governador de São Paulo chamou o ex-presidente de “grande amigo” e disse que a divergência era natural.
Na coletiva de imprensa, Tarcísio afirmou:
Sempre tive uma lealdade muito grande [a Bolsonaro]. Os pontos sobre reforma eu tinha colocado antes para ele e tá tudo bem. Conversamos e sempre serei leal ao presidente, sempre serei grato ao presidente. Se eu estou aqui, eu devo a ele.
Além disso, Tarcísio de Freitas salientou que nem sempre ambos vão concordar em tudo e que tais divergências já ocorriam quando assumiu o Ministério da Infraestrutura, a convite do ex-presidente.
Aos jornalistas, o governador comentou:
Tinha situações que eu discordava dele, mas procurava assessorá-lo da maneira mais respeitosa, da maneira mais leal possível.
Discussão entre Tarcísio e Bolsonaro
Contrário à reforma, sendo uma proposta do governo Lula, o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, reuniu forças para planejar o adiamento da votação na Câmara dos Deputados.
Tarcísio de Freitas, no entanto, se pôs à frente da mesa de articulação para defender a proposta, pedindo para que os ali presentes não atrapalhasse a votação. Em seu discurso, o governador de São Paulo declarou que as possíveis diferenças tinham de ser sanadas através da mediação de uma mudança no texto que lhes trouxesse benefícios.
Na ocasião Tarcísio de Freitas falou:
Eu acho que a direita não pode perder a narrativa de ser favorável a uma reforma tributária. Porque senão a reforma acaba sendo aprovada, e quem aprovou?
No entanto, o ex-ministro de Bolsonaro foi interrompido por uma mulher na plateia em tom crítico à proposta.
Aproveitando o momento, Bolsonaro pega o microfone e afirma que se o PL tiver unido, não aprova nada, sendo amplamente aplaudido pelos ali presentes. Vale destacar que a hostilidade do PL com Tarcísio aconteceu após o governador fazer um pronunciamento ao lado de Fernando Haddad, em que diz concordar com 95% da proposta de reforma tributária.
Sobre a Reforma Tributária
A reforma, aprovada pela Câmara dos Deputados, contou com 382 votos a 118 no primeiro turno e 375 a 113 no segundo turno. No entanto, apesar do voto majoritariamente contra, o PL obteve 20 votos no primeiro turno e 18 no segundo, evidenciando a fracassada tentativa do ex-presidente de construir uma oposição ao governo Lula no próprio partido.
Em suma, por outro lado, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, recebeu elogios do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e agradecimentos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).