Depois de 20 anos após ter sido expulso pelos Estados Unidos, o Talibã está de volta ao Afeganistão. Rapidamente após a notícia de que o grupo estava em Cabul, capital do país, o chefe do Executivo local, Ashraf Ghani, deixou o local.
Segundo o grupo extremista, que defendia uma rendição pacífica do governo, o controle do palácio presidencial em Cabul foi tomado após a fuga de Ghani. Os talibãs estavam fora do país desde que foram expulsos pelos Estados Unidos, que invadiram o país dias após os ataques de 11 de setembro de 2001.
Nas redes sociais, o ex-vice-presidente Afeganistão, Abdullah Abdullah, publicou um vídeo dizendo que Ghani “abandonou a nação”. Segundo as informações da agência de notícias “Reuters”, um alto oficial do Ministério do Interior afegão disse que Ghani embarcou para o Tajiquistão, que faz fronteira com o norte do país.
Ainda de acordo com a “Reuters”, o Talibã tomou a capital após ter feito um cerco na região. Horas antes, Suhail Shaheen, um porta-voz do grupo, fez um vídeo chamando o presidente Ashraf Ghani e outros líderes para que eles atuassem em uma “transição pacífica de poder”.
“Nossa liderança instruiu nossas forças a permanecerem nos portões de Cabul, não a entrar na cidade”, disse o porta-voz em uma entrevista à “Reuters”. “Estamos aguardando uma transferência pacífica de poder”, completou.
Todavia, o grupo acabou entrando na capital do país após a fuga do presidente, pois, segundo ele, a capital “abandonada” correria risco de sofrer violências e saques.
O talibã
O grupo extremista Talibã é uma organização radicalista e fundamentalista islâmica, voltando ao poder no Afeganistão após 20 anos. A entrada do grupo na capita Cabul acontece pela primeira vez desde o dia 13 de outubro de 2001, quando tiveram de se retirar da capital por conta dos ataques norte-americanos.
No passado mês, o grupo voltou aos noticiários por conta das notícias de que, após ter reunido mais de 80 mil adeptos, tinha tomado metade do território afegão. No início deste mês, praticamente todas as grandes cidades foram requeridas pelos terroristas.
De acordo com o próprio grupo, a ideia é que haja um “sistema islâmico genuíno” para o Afeganistão, que fornecesse disposições para os direitos das mulheres e das minorias, em consonância com tradições culturais e regras religiosas – em alguns locais, já existem relatos de que o grupo proibiu as mulheres de trabalhar em algumas áreas.
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