A tabela do Imposto de Renda teve a última correção em 2015, no início do segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff. De lá pra cá, nada mudou na tabela, e o recorte de renda continua o mesmo de sete anos atrás.
Esse cenário não é positivo para parte da população. Isso porque muitas pessoas que estavam isentas em 2015 de declarar o imposto não o estão mais em 2022. Aliás, o número de pessoas que vem perdendo a isenção devido ao aumento da renda cresce a cada ano.
Em resumo, o dado não significa que o cidadão está com condições financeiras melhores. Na verdade, o reajuste anual dos salários, que vem sendo definido nos últimos tempos pela inflação, está empurrando muita gente da isenção para a menor alíquota de pagamento do Imposto de Renda.
A saber, a inflação no país vem se mantendo em patamar bastante elevado desde o ano passado. Isso tem feito o governo reajustar o salário mínimo em um nível mais forte para seguir a inflação, mas os reajustes não representam ganhos reais para os brasileiros, justamente por suprirem apenas a variação dos bens e serviços no país.
Por outro lado, o aumento salarial é suficiente para que uma pessoa deixe de ser isenta do Imposto de Renda. Em outras palavras, as pessoas continuam com as mesmas condições de vida, pois o salário subiu apenas para suprir as altas da inflação, mas começam a pagar uma alíquota do imposto devido à falta de correção da tabela.
Defasagem da tabela chega a 134,5%
De acordo com cálculos do Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional), a tabela do IR acumulava até o ano passado uma defasagem de 134,53% desde 1996.
O governo Bolsonaro tentou promover uma nova correção na tabela, cuja proposta chegou a ser aprovada na Câmara dos Deputados. Contudo, o Senado Federal barrou o projeto. Em suma, a proposta era de isentar todos os trabalhadores celetistas que recebem até R$ 2,5 mil mensais. Isso corresponderia a uma correção de 31% em relação ao limite atual de isenção (R$ 1.903,98).
Como o presidente Jair Bolsonaro tentará uma reeleição neste ano, a expectativa é que a proposta seja enviada novamente ao Congresso Nacional. No entanto, deverá propor uma correção menor.
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