Na última semana, trabalhadores brasileiros receberam uma grande notícia. Resumindo, segundo o Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), A cada 10 reajustes salariais, seis superaram a inflação em Abril.
Isso significa que a maioria absoluta dos trabalhadores que possuem carteira assinada viram o seu poder de compra crescer. Sendo assim, o dado é, sem dúvidas, muito positivo para os empregados que desejam ter condições de consumir mais itens com seu rendimento mensal.
Além disso, é importante destacar que a Fipe faz uma relação dos reajustes salariais com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em síntese, o indicador mede a variação da cesta de compras de famílias com renda de um até cinco salários mínimos. Isso quer dizer que foca nas pessoas de renda mais baixa do país.
Lembrando que o INPC é utilizado como referência para reajustes salariais, assim como benefícios do INSS. Portanto, o Governo Federal baseia-se na variação registrada pelo indicador para definir os reajustes no Brasil. Por esse motivo, o INPC é medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que, sem dúvidas, é um indicador tão importante para os trabalhadores.
Inflação: Reajustes salariais superam INPC
Antes de mais nada, em 2023, o Brasil vem sofrendo para manter a atividade econômica em ritmo firme. Nesse sentido, as expectativas apontam que o Produto Interno Bruto (PIB) do país tende a crescer apenas 1,02% neste ano, taxa bem menor que a registrada em 2022 (2,9%).
Mesmo que o país já esteja sofrendo com a estagnação econômica, os reajustes salariais tiveram um resultado bem positivo para os trabalhadores brasileiros no mês de abril.
Dessa forma, segundo o boletim Salariômetro, os resultados observados no quarto mês deste ano foram os seguintes:
- 63,5% dos reajustes superaram a inflação;
- 33,5% dos reajustes tiveram variação igual ao do INPC;
- 3,0% dos reajustes ficaram abaixo da inflação.
Resumindo, a comparação é feita com a variação acumulada pelo INPC nos últimos 12 meses, ou seja, até abril. Sendo assim, durante o período, o indicador oscilou 3,83% ao comparar com os 12 meses imediatamente anteriores. No entanto, a maioria dos reajustes salariais registrou uma alta mais forte que essa oscilação o que resultou em um ganho real para o trabalhador.
Em contrapartida, com os acordos e convenções ficando abaixo da inflação, o trabalhador tem a sua renda reduzida. Isso ocorre, pois o reajuste salarial não consegue acompanhar o aumento dos preços de bens e serviços no país. O que, em suma, obriga o trabalhador a modificar seus hábitos de consumo para se adequar à nova renda e aos novos preços.
Entretanto, em casos de reajustes equivalentes ao INPC, os trabalhadores seguem com o mesmo poder de compra. Assim, os empregados continuam podendo comprar os itens que tinham condições de adquirir no ano anterior, pelo menos é o que se espera.
Mas não há possibilidade de aumento do consumo, visto que a renda subiu apenas o suficiente para mantê-lo no mesmo patamar do ano anterior.
Vale lembrar que abril foi o quinto mês consecutivo que mais da metade dos reajustes superou a inflação medida pelo INPC. Todavia, a taxa foi a menor de 2023, pois, os demais meses tiveram as seguintes taxas: janeiro (70,2%), fevereiro (75,8%) e março (74,6%).
De qualquer maneira, a proporção de reajustes acima do INPC acumulada nos quatro primeiros meses de 2023 chegou a 72,5%.
Veja as expectativas para os próximos meses
Sobretudo, o boletim Salariômetro divulgou as expectativas para os próximos meses. A partir daí as projeções para a inflação medida pelo INPC acumulada em 12 meses devem ciar para 3,7% em julho. Sendo assim, os reajustes precisam continuar apresentando ganho real, por mais alguns meses, visto que a inflação estará mais controlada.
Entretanto, o INPC deverá começar a acelerar em agosto, encerrando o ano em 5,7%. Portanto, os acordos e negociações trabalhistas não terão taxas tão positivas em relação aos primeiros meses de 2023, projeta a Fipe.
A Fipe, aliás, revelou que a prévia do levantamento referente a maio mostra que 98,2% dos 114 acordos e convenções coletivas realizadas no mês resultaram em ganho real positivo que ficaram acima da inflação. Então, os dados consolidados só deverão ser divulgados em junho.
Do mesmo modo, é importante dizer que todos os setores econômicos tiveram reajuste mediano positivo entre janeiro e maio deste ano. Para resumir, esse reajuste real mediano foi de 0,53% no Brasil, contudo, três setores se destacaram no período, com taxas ainda mais expressivas: outros serviços (4,25%), despachantes e auto escolas (3,64%) e administração pública (2,07%).
Ademais, o levantamento apontou que, entre as unidades federativas, o Acre teve o maior reajuste real mediano do país (1,78%) e superou a taxa do Brasil. Depois disso, ficaram Sergipe (1,49%), Goiás (1,18%), Mato Grosso (1,17%) e Minas Gerais (1,07%).
Finalmente, “o Salariômetro é uma iniciativa da Fipe visando disponibilizar informações e análises sobre o mercado de trabalho brasileiro. Dessa forma, para acompanhar a negociação coletiva, transforma os textos dos acordos coletivos e das convenções coletivas depositados no Mediador do MTP em dados quantitativos relacionados a 40 tipos de cláusulas”, informa a Fipe.