O ex-presidente Lula, que recebeu 57.259.504 votos no primeiro turno, cumpriu dois mandatos entre 2003 e 2010, e vem construindo uma base de aliados políticos para enfrentar Bolsonaro no segundo turno. Na mais recente coalizão, o empresário Paulo Marinho, suplente do senador Flávio Bolsonaro e ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro, anunciou seu voto em Lula nesta segunda-feira (10).
Quem é Paulo Marinho?
Marinho atuou como aliado do atual presidente em 2018. Contudo, rompeu com Bolsonaro em 2019 e testemunhou contra Flávio Bolsonaro por irregularidades cometidas por um delegado da Polícia Federal.
Além disso, o empresário disse que um senador próximo a ele ouviu de Flávio que alguém de seu partido havia vazado informações sobre a Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro, que levou à prisão de dez deputados estaduais suspeitos de aceitar propina.
Pronunciamento de Paulo Marinho
Participando de uma reunião entre Lula e dezenas de apoiadores, Marinho se pronunciou: “Quem conhece Bolsonaro como eu conheço vota no Lula. Eu tenho que pagar uma penitência de 2018. Minha mulher costuma dizer que eu precisaria subir a escada da Penha 50 vezes pra pagar essa penitência. Como eu não tenho essa disposição toda, eu achei que agora não é mais o momento de ficar de voto nulo, voto em branco. Você precisa de lado. Meu lado agora é apoiar o Lula.”
Importante destacar que o encontro contou com a presença de representantes do movimento “Derrubando Muros” incluindo economistas como Samuel Pessoa e educadores como Priscila Cruz. Além disso, os ex-presidentes do PSDB, José Aníbal e Pimenta da Veiga, participaram do encontro.
Vitória de Lula não significa um Brasil unido
Para Lula, uma vitória nas urnas é um começo, pois o partido de direita de Bolsonaro superou as expectativas no Congresso e em uma série de disputas governamentais que podem ocorrer, ou seja, impedindo que Lula avance em sua ambiciosa agenda econômica e política.
Assim, a possível vitória do líder de esquerda se deve na maioria à promessa de aumentar o apoio econômico e social aos brasileiros necessitados em tempos difíceis, mas uma resistência determinada dos parlamentares da oposição prejudicará sua capacidade de ampliar impostos e aumentar os gastos do governo.
Lula ainda pode conseguir construir uma coalizão em ambas as câmaras, fechando acordos com partidos centristas e independentes, e parlamentares moderados alinhados com partidos pró-Bolsonaro por razões táticas e não ideológicas. Em suma, isso forçará Lula a recuar, minando seus planos de usar fundos estatais para ajudar os consumidores a combater a inflação e aliviar a crescente desigualdade de riqueza.