A guerra entre Ucrânia e Rússia parece estar longe de um fim e, em paralelo a isso, algumas decisões de países parecem estar afetando diretamente o que Vladimir Putin pensa sobre a aproximação da Otan ao território russo. Como bem sabemos, um dos motivos que motivou a invasão russa foi a aproximação da Ucrânia com a União Europeia e uma proeminente entrada na Otan.
Nesse sentido, Finlândia e Suécia parecem estar decididas a entrar no bloco militar. Ambos os países estão em posição neutras há décadas, no caso da Suécia, que não participa de uma aliança militar há 200 anos. De acordo com o Kremlin, Vladimir Putin destacou que o fim da política tradicional de neutralidade militar seria um erro, pois não há nenhuma ameaça para a segurança da Finlândia” diz, em nota, o governo russo.
A mudança do posicionamento de neutralidade dos países significa uma importante mudança da geopolítica mundial, que, com a invasão russa sobre a Ucrânia, certamente não será a mesma dos últimos anos.
Com isso, a entrada dos países, para a Otan, significa que não haverá mais dúvidas sobre o posicionamento dos dois países caso algum conflito ocorra. Um outro ponto importante é que ambos os países vêm aumentando seu poderio militar desde a Guerra Fria, indo na contramão de toda Europa.
Caso Suécia e Finlândia entrem para a Otan, a organização militar irá mais do que dobrar a fronteira existente com a Rússia, indo de 1215 km para 2600km. Ao manifestarem a vontade de entrar para a Otan é uma mensagem clara à Rússia sobre as vontades políticas de ambos os países.
Mas há expectativa de uma reação militar russa?
De acordo com especialistas, é improvável que a Rússia tenha uma reação militar a uma possível entrada de Finlândia e Suécia ao bloco militar. O motivo é que a invasão à Ucrânia já se alongou demais e consumiu muitos recursos da Rússia, impossibilitando qualquer outro movimento militar.
Além disso, na última quarta-feira (11), o Reino Unido assinou um acordo de apoio militar à Suécia para caso o país seja atacado pela Rússia. Mas, é necessário que os países do ocidente também façam o mesmo, elaborando acordos semelhantes ao menos até que a Suécia entre de vez no bloco militar.
A invasão russa sobre a Ucrânia mudou todo o posicionamento da Otan. Antes o bloco enxergava a Rússia como um parceiro estratégico no mundo pós Guerra Fria, não avançando suas forças para o leste europeu. A partir do momento que a invasão aconteceu houve a necessidade de rever este posicionamento.
Com isso, a ideia é que ambos os países entrem na Otan de forma rápida, o que também diminuem as possibilidades de uma invasão russa sobre estes países, e, de acordo com as regras da Otan, atacar um país do bloco significa atacar todos os países. Atualmente a Rússia não tem recursos suficientes para sustentar mais conflitos, mas certamente não é possível descartar qualquer posicionamento de Vladimir Putin.