Mauro Carlesse (PSL), governador do Tocantins, foi afastado por seis meses nesta quarta-feira (20). A decisão foi dada pelo que Superior Tribunal de Justiça (STJ) e acontece por conta de um suposto pagamento de propina e obstrução das investigações que apuram o caso.
De acordo com o tribunal, a decisão foi dada de forma monocrática, isto é, decida apenas por uma pessoa, no caso, o ministro Mauro Luiz Campbell. Todavia, agora, a determinação será submetida ao pleno do STF, que deverá decidir até a noite desta quarta se mantém ou revoga o afastamento.
Também nesta quarta, a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação que teve o governador como um dos alvos. Na ocasião, dois veículos do político foram apreendidos e encaminhados para a sede da PF em Palmas, capital do estado.
Os agentes também cumpriram mandados de busca e apreensão contra secretários estaduais. Dentre esses alvos está Cristiano Sampaio, que é titular da Secretaria de Segurança Pública do Tocantins (SSP) e, assim como Mauro Carlesse, foi afastado de seu cargo pelo STJ.
Além da dupla, dois agentes da Polícia Civil, que não tiveram seus nomes revelados, e estavam cedidos ao Ministério Público Estadual (MPE), também foram afastados.
Suspeita de propina
De acordo com a Polícia Federal, as buscas realizadas pela corporação fazem parte de uma investigação que apura o pagamento de propina relacionada ao plano de saúde dos servidores estaduais. Além disso, a entidade também avalia uma suposta obstrução das investigações e a incorporação de recursos públicos desviados ao patrimônio dos investigados.
Até o momento, a PF avalia que foram pagos, a título de vantagens indevidas, cerca de R$ 44 milhões. Todavia, este valor pode ser ainda maior, pois, conforme o órgão federal, ainda há a suspeita de que outras empresas participaram do esquema fraudulento.
Em nota, a PF detalhou que as investigações começaram há cerca de dois anos e reuniram, segundo a entidade, um grande “conjunto de elementos que demonstram um complexo aparelhamento da estrutura estatal voltado a permitir a continuidade de diversos esquemas criminosos comandados pelos principais investigados”.
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