Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) prorrogou nesta sexta-feira (07), por mais 90 dias, o inquérito que tem como objetivo apurar a existência de milícias digitais que atentam contra a democracia e o Estado de Direito. As diligências também investigam ataques feitos às urnas eletrônicas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
A medida tomada por Alexandre de Moraes veio à tona no mesmo dia em que, assim como publicou o Brasil123, Bolsonaro fez ataques e acusações pessoais contra o ministro do STF, que também desempenha a função de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em sua decisão, Alexandre de Moraes defendeu a prorrogação do inquérito porque, de acordo com ele, a Polícia Federal (PF) ainda está com diligências referentes aos assuntos investigados em andamento.
“Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento, nos termos previstos no art. 10 do Código de Processo Penal, prorrogo por mais 90 (noventa) dias, a partir do encerramento do prazo final anterior, o presente inquérito”, afirmou o ministro.
Ataques de Bolsonaro
Nesta sexta, durante entrevista no Palácio do Planalto, em Brasília, no Distrito Federal, Bolsonaro atacou uma decisão recente de Alexandre de Moraes, que determinou a quebra de sigilo de mensagens do seu ajudante de ordens, Mauro Cesar Barbosa Cid. A ordem foi tomada no âmbito do inquérito das milícias digitais, o mesmo prorrogado pelo ministro.
“O tempo todo usando a caneta para fazer maldade, tentar me tirar de combate, para desgastar. Já desafiei o Alexandre de Moraes, que vazou a quebra de sigilo telemático do meu ajudante de ordens, que é um crime o que esse cara fez. Esse cara fez um crime. Meu ajudante de ordem, em especial o Cid – porque eu tenho quatro -, é um cara de confiança meu”, disse Bolsonaro aos gritos.
Essa não foi a primeira vez que Bolsonaro acusou Alexandre de Moraes de ter vazado informações sobre a quebra do sigilo do seu auxiliar, que foi publicada pelo jornal Folha de S. Paulo alguns dias antes do primeiro turno das eleições. Alexandre de Moraes, por sua vez, nunca comentou sobre as acusações, mas determinou a apuração do vazamento.