O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou perfis nas redes sociais de manifestantes ligados a movimentos que atacam a instituição. Desta vez, os perfis derrubados foram o do influenciador Monark, do Partido da Causa Operária (PCO) e do deputado federal Nikolas Ferreira. Apesar disso, o teor da decisão ainda não foi divulgado pelo Tribunal Federal.
O episódio marca uma série de derrubadas de perfis que possuem caráter antidemocrático, segundo o STF. Porém, além do Twitter, os perfis foram derrubados em outras redes sociais, como o Instagram. Juntos, os usuários atingem milhões de seguidores em todas as redes sociais.
Perfis derrubados no Twitter
Alguns influenciadores tiveram as contas derrubadas no Twitter e também do Instagram. Desta vez, os alvos de bloqueios do STF foram perfis polêmicos, que costumam atacar o tribunal e a democracia, segundo o entendimento da Corte. Dessa forma, Monark e Nikolas Ferreira se destacam como dois perfis ligados à direita brasileira, com declarações polêmicas.
No caso de Monark, o motivo da exclusão do perfil foi uma postagem polêmica na rede social de Elon Musk. Ele declarou que teria uma certa “simpatia” por quem participou das manifestações em Brasília no último dia 8 de janeiro. Além disso, o apresentador também afirmou que “esse nosso estado é uma ditadura nefasta e autoritária”. Vale lembrar que, em fevereiro deste ano, Monark deixou o Flow, programa que fundou, após defender a existência de partidos nazistas no Brasil.
Contudo, o caso de Nikolas Ferreira é diferente. Isso porque o STF derrubou o perfil do deputado após ele ter se posicionado a favor de penalizações a Flávio Dino, ministro da Justiça. Segundo Nikolas, Dino sabia da existência dos protestos e, por isso, teria cometido crime ao não tomar atitudes que contivessem os manifestantes.
Por fim, o PCO teve o perfil suspenso pela segunda vez em oito meses. O partido, considerado de extrema-esquerda, fez ataques ao STF e aos ministros da Corte.
Redes sociais passam a ter legislação, no entendimento do STF
Com as recentes decisões do STF, especialistas dizem que a internet deixa de ser uma “terra sem lei”. Isso porque o intuito da derrubada de perfis é manter a democracia fortalecida, principalmente após sucessivos ataques do ex-presidente Bolsonaro às urnas eletrônicas, ao processo eleitoral e a decisões da corte durante seu mandato. Por outro lado, especialistas se preocupam com o protagonismo do Judiciário.
Com os últimos cortes de perfis das redes sociais, o STF coloca as opiniões da internet sobre as regras da lei, segundo especialistas. Além disso, Lula disse em campanha eleitoral que é necessário achar formas de regulamentar esses perfis, de forma que seja evitada a disseminação de notícias falsas ou de ataques de ódio. Segundo o petista, é preciso defender a democracia, que sofreu com ataques eleitorais.
Ainda, especialistas afirmam que a internet, usada como forma de transmitir mensagens em massa, gerou uma desordem social, que culminou no ataque aos três poderes no último final de semana. Dessa forma, nos últimos anos, o STF tem ganhado relevância no cenário político. Apesar disso, o novo governo defende a harmonia entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, inclusive convocando uma reunião geral com representantes das três casas.