O Superior Tribunal Eleitoral (STE) desmentiu os boatos que estão circulando pela internet de que apenas três países utilizam, atualmente, o sistema de urnas eletrônicas durante suas eleições. Material falso em questão afirma que apenas Venezuela e Cuba, além do Brasil, entre 193 países, utilizam a tecnologia.
‘Se não tiver voto impresso, não terá eleição’, diz Bolsonaro
“Em tempos de compartilhamento viral de conteúdos pelas redes sociais, é muito comum que informações falsas ou descontextualizadas circulem como se fossem verdadeiras”, afirmou o tribunal, que revelou que o número real de países que utilizam as urnas eletrônicas é de pelo menos 46 e não três como está circulando.
“Para começar, Cuba não utiliza urnas eletrônicas. Lá, a votação ainda é feita em papel”, disse a entidade, que ainda utilizou dados do Instituto para Democracia e Assistência Eleitoral Internacional (Idea) para mostrar que países importantes como Suíça, Portugal, Noruega, Austrália e Canadá também utilizam o sistema eletrônico.
“Sete agências de checagem confirmaram que essa informação é confiável. 16 países adotam máquinas de votação eletrônica de gravação direta. Isso significa que não utilizam boletins de papel e, assim, registram os votos eletronicamente, sem qualquer interação com cédulas”, explicou.
Por fim, o tribunal relatou que a urna eletrônica brasileira foi projetada e construída no Brasil, por brasileiros, para brasileiros, para ser usada aqui, segundo as características e necessidades únicas do país. “Não há nenhuma influência estrangeira no nosso sistema eleitoral. O órgão responsável pelo desenvolvimento de todo o software da urna é o TSE.”
Polêmica envolvendo a urna eletrônica
O assunto urna eletrônica voltou a ser notícia nesta semana. Isso porque o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que é contra o sistema, voltou a polemizar sobre o tema ao criticar a fala do presidente do TSE, e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, que disse que a implementação do voto impresso, defendida pelo chefe do Executivo, causaria “o caos”.
De acordo com Bolsonaro, caso seja promulgado uma lei que visa a substituição da urna eletrônica pelo papel, a “eleição de 2022 terá voto impresso e ponto final”.
Na ocasião, o chefe do Executivo leu a notícia em que Barroso disse que “nós vamos criar o caos em um sistema que funciona muitíssimo bem”. “Eu acho que Barroso é o dono do mundo, só pode ser, o homem da verdade absoluta, não pode ser contestado. Ninguém mais aceita o voto que tá aí, como vai dizer que esse voto é preciso, legal, é justo?”, disse.
Por fim, o presidente ainda afirmou que, ao ser favorável ao voto impresso, é também favorável à democracia. “Quem acha que não tem fraude, porque está com medo do voto impresso? Quem quer uma democracia e quer que o voto valha de verdade, tem que ser favorável. Parabéns a Bia Kicis, autora do projeto e ao Arthur Lira. Quem for contra, ou acredita em Papai Noel ou tá do lado do Barroso, ou sabe que pode ter fraude e acha que irá se beneficiar”, finalizou Bolsonaro.
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