A Polícia Civil confirmou, neste sábado (08), que subiu para 29 o número de mortos na operação de quinta-feira (06), na favela do Jacarezinho, zona Norte do Rio de Janeiro. De acordo com as informações, a quantidade foi ampliada depois que quatro vítimas foram levadas ao Instituto Médico Legal (IML).
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Até sexta-feira (07), o número de óbitos decorrentes da operação era de 25. Entre os mortos, está o policial civil André Leonardo Frias, 48 anos, da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod). Ele foi morto com um tiro na cabeça quando desceu do carro blindado. Além do agente, somente mais três identidades foram reveladas:
- Isaac Pinheiro de Oliveira, o Pee da Vasco;
- Richard Gabriel da Silva Ferreira, o Kako;
- Rômulo Oliveira Lúcio, o Romulozinho.
Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), eles constavam na lista de 21 denunciados pelo Ministério Público por tráfico de drogas e eram procurados pela polícia. Além disso, o órgão revelou que eles eram “soldados” do tráfico, atuando como braço armado da organização criminosa no Jacarezinho.
MP-RJ investiga mortes no Jacarezinho
Em nota, o MP-RJ relatou que investiga as circunstâncias da morte das 29 pessoas na operação no Jacarezinho. Nesse sentido, o órgão revelou que instaurou um procedimento de investigação criminal a fim de apurar se houve violações a direitos durante a operação policial.
“Todas as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis em decorrência dos fatos ocorridos estão sendo tomadas pelo MPRJ, que na data de ontem esteve presente na comunidade, acompanhando os desdobramentos da operação”, anunciou o MP-RJ.
Além disso, a entidade também revelou que está acompanhando a perícia nos corpos das pessoas mortas durante a intervenção policial. “Um médico perito da instituição teve acesso integral às dependências do IML na sexta-feira (07)”, completou o órgão.
Órgão está ouvindo a população
De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, a investigação sobre a operação no Jacarezinho tem reunido relatos e demais elementos de prova para subsidiar as investigações.
Dentre esses elementos, revelou o MP-RJ, estão comunicações de cidadãos, instituições, associações e coletivos, que levaram até o órgão imagens e vídeos da operação, “que foram imediatamente levados ao conhecimento da 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada da Capital, responsável pelo procedimento investigatório”, informou.
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