Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), voltou atrás e não divulgará mais o manifesto “A praça é dos Três Poderes”, que seria divulgado nesta terça-feira (31) e faria críticas à atual crise institucional que acontece atualmente entre os poderes Executivo e Judiciário.
De acordo com o jornalista da “Globo News”, Valdo Cruz, a informação sobre a suspensão do documento foi revelada nesta segunda-feira (30) aos ministros do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Ainda segundo o jornalista, o recuo de Skaf acontece por conta de uma ameaça.
Ao saber do manifesto, o governo de Bolsonaro agiu rápido e alertou que o documento poderia fazer com que a administração federal retirasse o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal dos associados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Depois de saber da possibilidade da federação perder dois de seus principais associados, o presidente da Fiesp ligou tentando colocar panos frios na situação, dizendo sobre a suspensão do manifesto e alertando que o documento tinha apenas o objetivo de ressaltar para os chefes dos três poderes a necessidade e importância de se buscar o diálogo com foco em assuntos de interesse coletivo.
Manifesto era um recado, avalia o governo
Segundo Skaf, o objetivo do manifesto não era mandar um recado somente para o Executivo, mas sim para todos os três poderes. Todavia, esse não foi o entendimento do governo. Isso porque, ainda segundo o jornalista da “Globo News”, assessores de Bolsonaro afirmaram que o documento enviava, sim, recados claros para a gestão do chefe do Executivo, sobretudo nas partes assinadas por membros da Febraban.
Por conta destas críticas, Pedro Guimarães, presidente da Caixa, sugeriu que a instituição, e também o Banco do Brasil deixassem a entidade, pois, de acordo com ele, não faria sentido os bancos, que são públicos, fazerem parte de uma instituição que critica abertamente o Executivo.
Empresários irritados
Por fim, a informação é que a ameaça dos bancos irritou empresários, que apesar de recuarem, entenderam a ação do governo como uma clara demonstração de que a gestão federal não aceita críticas e tem como arma a retaliação e ameaça contra outras instituições.
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