A senadora e candidata à presidência da República, Simone Tebet, filiada ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) rejeitou o papel de vice na campanha eleitoral na chamada terceira via, afirmando que aceitar o cargo reduziria o espaço das mulheres na política.
Sobre Simone Tebet
A senadora de 52 anos possui uma carreira política curta, iniciada em 2002, quando foi eleita deputada estadual de Mato Grosso do Sul. Apesar disso, alguns feitos foram realizados ao longo de sua trajetória política, como por exemplo, assumir a Prefeitura de Três Lagoas em 2004, sendo primeira mulher a ocupar tal cargo no município. Além disso, nas eleições de 2018, após a prisão do então candidato ao governo do estado, André Puccinelli, Simone foi indicada candidata a governadora, porém, desistiu da disputa por questões familiares.
Como resultado de sua carreira política curta, Simone Tebet é pouco conhecida pelos eleitores, não estando incluída na maioria das pesquisas presidenciais.
Rejeição ao cargo de vice
A partir de uma sabatina realizada pelo UOL/Folha, Tebet afirmou que aceitar o papel de vice seria diminuir o espaço das mulheres na política. “Vou estar no palanque do centro democrático, vou segurar a bandeira, vou entregar santinho e vou defender até o último segundo do centro democrático ir para o segundo turno e ganhar as eleições”, declarou.
Na última pesquisa do Datafolha, publicada em 24 de março, Tebet saiu com 1% de intenção de voto nos quatro cenários da pesquisa. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera com 43% e o presidente Jair Bolsonaro (PL) com 26%. Além disso, para a candidata à presidência da República a decisão final sobre o candidato cabe aos partidos e à população, onde o MDB deve seguir com a candidatura até a decisão final.
“O MDB não pode ficar a reboque de quem quer que seja”, afirmou a parlamentar. “A pré-candidatura terá rosto, nome e sobrenome. Antes disso, nada pode ser feito nem cobrado”, complementou. Por fim, a senadora argumentou que é a melhor escolha para representar a frente do partido centrista contra os nomes de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lideraram as pesquisas por intenção de voto.
Papel das mulheres na política
Já se passaram noventa anos desde que as mulheres conquistaram o direito ao voto no Brasil. Apesar disso, ainda há um longo caminho a percorrer, com as mulheres representando quase 50% dos partidos políticos e 52% dos eleitores, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É importante destacar que as mulheres possuem direito ao voto desde o governo provisório do presidente Getúlio Vargas, que reconheceu os direitos políticos das mulheres após muita luta e protestos.
Em suma, à medida que os brasileiros se preparam para as eleições, é notável o pouco progresso feito na participação política das mulheres quase um século depois que elas conquistaram seu direito.