Simone Tebet (MDB), terceira colocada nas eleições presidenciais, anunciou nesta quarta-feira (05) que irá apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição presidencial. Durante seu pronunciamento, a política criticou Lula, mas ressaltou que o petista tem, de acordo com ela, “compromisso com a democracia”.
“Ainda que mantenha as críticas que fiz ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva, em especial nos seus últimos dias de campanha quando cometeu o erro de chamar para si o voto útil, que é legítimo, mas sem apresentar as suas propostas completas, depositarei nele o meu voto porque reconheço nele o seu compromisso com a democracia e com a Constituição, o que desconheço no atual presidente”, disse.
Em outro momento, Simone Tebet relatou que seu apoio não será por adesão. “Meu apoio é por um Brasil que sonho ser de todos”, disse ela, revelando ainda que amigos seus pediram para que ela decidisse pela “neutralidade”, isto é, não demonstrasse apoio a Lula e nem ao outro candidato, o presidente Jair Bolsonaro (PL). Todavia, ela disse que preferiu “não se omitir”.
“Peço desculpas aos amigos e companheiros que imploraram pela neutralidade neste segundo turno, preocupados que estão com a eventual perda de algum capital político, para dizer que o que está em jogo é muito maior que cada um de nós. Votarei com minha razão de democrata e com minha consciência de brasileira. E a minha consciência me diz que, neste momento tão grave da nossa história, omitir-me seria trair minha trajetória de vida pública”, afirmou.
Simone Tebet espera que a campanha de Lula incorpore pelo menos cinco propostas apresentadas pela senadora. Dentre essas propostas estão a composição de um ministério “plural” e também a poupança para jovens que concluírem o ensino médio receberem R$ 5 mil. Além dessas duas ideias, estão:
- Zerar a fila de vagas em creches e escolas para crianças;
- A implementação do ensino médio técnico em tempo integral;
- E zerar a fila de procedimentos na saúde e aumentar repasses ao Sistema Único de Saúde.
“Meu apoio é por projetos que defendo e ideias que espero ver acolhidas. Dentre tantas que julgo importante, destaco cinco tendo sempre a responsabilidade fiscal, uma âncora fiscal, como meio de se alcançar o social”, disse ela, relatando ainda que pretende ir às ruas até o dia do segundo turno, marcado para o último domingo (30) de outubro.
Por fim, Simone Tebet ainda criticou o governo de Bolsonaro, dizendo que, na gestão do atual presidente, o Brasil “foi abandonado na fogueira do ódio e das desavenças”. Durante a fala, ela lembrou sobre o atraso na compra de vacinas contra a Covid-19 durante a pandemia e sobre a política de armamento da população.
“A negação atrasou a vacina. A arma ocupou o lugar do livro. A iniquidade fez curvar a esperança. A mentira feriu a verdade. O ouvido conciliador deu lugar à voz esbravejada. O conceito de humanidade foi substituído pelo desamor. O Brasil voltou ao mapa da fome. O orçamento, antes público, necessário para servir ao povo, tornou-se secreto e privado”, disse ela.
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