Durante depoimento concedido a CPMI do 8 de Janeiro, o ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques, afirmou que seu cargo não foi utilizado para beneficiar o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro. Silvinei havia declarado voto no ex-mandatário na véspera do segundo turno e é suspeito de ter bloqueado estradas em redutos eleitorais de Lula para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“As fotos que eu tenho com o presidente Bolsonaro é porque ele me permitiu tirar. Utilizei da minha hora de folga, postei na minha hora de folga. O cargo nunca foi usado em benefício meu e muito menos dele (Bolsonaro). Não seria eu que mudaria o resultado da eleição” disse o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Segundo Silvinei Vasques, sua intenção de comparecer à CPMI foi para combater o que chamou de “maior injustiça da História contra a PRF”.
Além disso, Vasques afirmou que não possui uma relação íntima com Bolsonaro, apenas uma ligação profissional. “Foi o único que deixou eu bater a foto, nenhum outro presidente autorizou a gente a bater foto. Qual o orgulho para um servidor público, para um policial? Quem é o presidente? É o maior comandante das polícias, qualquer presidente, o atual também é, todos foram. É orgulho para gente levar uma foto com o presidente, a gente se emociona”, completou Silvinei Vasques.
Silvinei Vasques apagou pedido de voto em Bolsonaro devido à polêmica
Ao ser questionado sobre a foto publicada em suas redes sociais pedindo voto ao ex-presidente, Jair Bolsonaro, Silvinei Vasques afirmou que apagou a postagem devido à “polêmica”. “Eu postei a bandeira do Brasil e aí como começou (sic) algumas críticas na imprensa, eu fui lá e apaguei, mas era a minha rede social, no sábado, quando eu estava de folga, no meu celular e usando a minha internet”, afirmou Vasques.
Além disse, ele disse que é “normal na PRF os policiais terem um candidato na sua hora de folga”. Ao comentar sobre uma ação coordenada para impedir a votação, ele falou que a movimentação seria impossível. “Temos 13 mil policiais, grande parte dos nossos policiais também eram eleitores do presidente Lula. Além disso, é um crime impossível, que não ocorreu, não tem como”, afirmou. “Como falaríamos com 13 mil policiais explicando essa forma criminosa sem ter uma conversa de WhatsApp, Telegram, sem uma reunião, sem nenhum e-mail enviado?”, disse o ex-diretor da PRF.
Silvinei Vasques foi o primeiro a ser ouvido na CPMI dos Atos Golpistas. Atualmente, ele é réu por pedir votos de forma irregular para Bolsonaro, fazendo uso indevido de sua função enquanto diretor da Polícia Rodoviária Federal. Ele se aposentou pouco antes do encerramento do mandato do ex-presidente da República. Neste primeiro dia, a CPMI também aprovou a convocação do general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI, do ex-diretor da Abin, Saulo Moura da Cunha e do coronel Jean Lawand Júnior, que trocou mensagens articulando um possível golpe de Estado com Mauro Cid.