A Shell amargou um prejuízo de US$ 21,7 bilhões em 2020, devido, principalmente, à pandemia da Covid-19. Esse resultado negativo refletiu a queda dos preços do petróleo no ano passado, provocada pela crise sanitária. Além disso, o grupo anglo-holandês Royal Dutch Shell também citou depreciações resultantes justamente da pandemia como outro fator de grande impacto no resultado anual. Aliás, a pandemia completará um ano em março, mas parece estar cada vez mais longe do seu fim.
A saber, em 2019, a gigante do setor de combustíveis havia registrado um lucro líquido de US$ 15,8 bilhões. Contudo, com o avanço da pandemia, houve consequente redução do consumo de petróleo e de gás em todo o mundo, principalmente nos primeiros meses do ano. À época, havia muita incerteza em relação à atividade econômica global. Em resumo, após os primeiros confinamentos, houve uma queda sem precedentes nos preços do petróleo, que chegaram até a registrar números negativos em abril pela primeira vez na história.
Apenas a partir de setembro, outono no Hemisfério Norte, que houve certa recuperação das cotações, que voltaram a ficar próximas dos US$ 50. A propósito, ontem (3), o barril do petróleo Brent chegou a custar US$ 58,46, maior nível desde 21 de fevereiro do ano passado. Já o petróleo dos Estados Unidos (WTI) alcançou US$ 55,69, maior patamar desde 22 de janeiro de 2020. E o que explica esses altos valores é o baixo estoque dos Estados Unidos e a alta demanda devido ao inverno no Hemisfério Norte.
Veja mais detalhes do prejuízo da petroleira
Em suma, o período de maior perda para as contas da Shell aconteceu no segundo trimestre do ano passado, chegando a US$ 18 bilhões. As fortes depreciações de seus ativos frente o cenário de incerteza puxou o resultado para baixo. Por outro lado, houve ganhos no terceiro trimestre do ano, mas a conta voltou a ficar negativa nos três últimos meses do ano (-US$ 4 bilhões), também por causa das depreciações.
Por fim, vale ressaltar que o mercado de petróleo sofreu grande abalo com a pandemia da Covid-19. As perdas registradas pela Shell acabaram superando os prejuízos de sua concorrente, a petroleira BP, que fechou 2020 com um saldo negativo de US$ 20,3 bilhões. Infelizmente, para enfrentar a crise sanitária, a Shell vem realizando uma profunda reestruturação e deseja reduzir seus custos. E uma das medidas para alcançar este resultado é cortar de 7 mil a 9 mil postos de trabalho.
LEIA MAIS
Planos de saúde chegam a ficar quase 50% mais caros em 2021
Produção da Petrobras em janeiro supera resultado do último trimestre de 2020