A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que 22 dos 25 setores industriais pesquisados enfrentaram grandes desafios no segundo trimestre deste ano. A saber, as dificuldades se referem, principalmente, ao abastecimento de insumos e de matérias-primas para o setor, bem como aos custos elevados.
Entre abril e junho de 2022, as empresas industriais do país que mais relataram problemas com custos elevados e falta de insumos foram:
- Indústrias no setor de impressão e reprodução (71,7%);
- Empresas do setor de produtos de limpeza, perfumaria e higiene pessoal (70%);
- Indústrias de veículos automotores (69,8%);
- Empresas industriais de calçados e suas partes (68,3%);
- Indústrias de bebidas (66%);
- Empresas de produtos de borracha (63,3%);
- Indústrias de farmoquímicos e farmacêuticos (62,5%).
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Veja os motivos que vêm dificultando atividade das indústrias
De acordo com a economista da CNI Paula Verlangeiro, há três principais fatores dificultando a atividade das empresas industriais no país. A primeira delas é a pandemia da covid-19, cujos impactos são sentidos até hoje em todo o planeta. Na verdade, a crise sanitária provocou um desestabilização nas cadeias de suprimentos, e esse cenário nunca melhorou.
A saber, quando o planeta parecia estar voltando para os trilhos, a Rússia invadiu a Ucrânia, e a situação voltou a se agravar. Desde que a guerra no leste europeu começou, há cinco meses, o comércio global ficou ainda mais afetado. E tudo isso continua reduzindo a oferta de insumos e, consequentemente, elevando os seus custos.
Por fim, a crise sanitária, apesar de aparentemente controlada no Brasil, continua em alta na China. Em suma, a segunda maior economia mundial sofre com o aumento dos casos do coronavírus, e a resposta do governo chinês é a adoção de lockdowns. Contudo, isso enfraquece a atividade econômica chinesa, ajudando a agravar o cenário global.
“Diante disso, as principais consequências são dificuldades em recuperar – ou manter – a produção, o aumento dos preços de insumos e dos custos nas cadeias de produção, além dos aumentos nos preços dos bens de consumo e a maior pressão sobre a inflação”, explicou Verlangeiro.
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