O setor público encerrou 2021 com um superávit primário de R$ 64,7 bilhões. A saber, esse é o primeiro resultado positivo desde 2013. Aliás, o resultado eliminou uma pequena parte do déficit de R$ 703 bilhões registrado em 2020. O Banco Central (BC) divulgou os dados nesta segunda-feira (31), presentes no relatório das Estatísticas Fiscais.
Essa enorme diferença aconteceu devido à pandemia da Covid-19, decretada em março de 2020. Para combater a crise sanitária, o governo gastou bilhões, além de ter suspendido por meses a arrecadação de diversas contribuições. Assim, a base comparativa de 2020 ficou bastante deficitária.
Em suma, o levantamento do BC apresenta dados do setor público consolidado, formado por União, estados, municípios e empresas estatais. O superávit registrado em 2021 indica que as receitas do setor público adquiridas com impostos e contribuições superaram as despesas no decorrer do ano. Quando ocorre o contrário, tem-se déficit.
De acordo com o BC, os gastos com o pagamento dos juros da dívida pública não estão incluídos nestas contas. A propósito, o resultado de novembro fez a dívida bruta brasileira corresponder a 80,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro (R$ 7 trilhões).
Veja mais detalhes das contas do setor público em 2021
Ao considerar apenas dezembro, o setor público consolidado teve um superávit primário de R$ 123 milhões. A saber, as contas públicas haviam registrado um déficit de R$ 51,8 bilhões no mesmo mês de 2020.
Inclusive, o BC divulgou dados específicos. Em resumo, o Governo Central (Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional) teve um superávit de R$ 13,9 bilhões no último mês de 2021. Por outro lado, os governo regionais e as empresas estatais registraram déficit de R$ 12,8 bilhões e R$ 1 bilhão, respectivamente.
Por fim, o BC revelou que o superávit primário do setor público consolidado reduziu o déficit nominal de 2021 em percentual do PIB. Em síntese, o superávit, em 2021, de 0,75% do PIB brasileiro foi o menor desde 2013, quando ficou deficitário em 2,96% do PIB.
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